A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estava em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará, no momento da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22), em Brasília. Ela estava na cidade para um evento do PL Mulher Nacional e cancelou sua participação após saber da prisão.
Nesta sexta-feira (21), Michelle já estava no Ceará e havia participado de um encontro de lideranças. Ao receber a notícia da prisão do marido, retornou imediatamente para Brasília. O evento em Caucaia foi mantido e conduzido por outras gestoras do partido.
Nas redes sociais, ela publicou um pronunciamento iniciado com a frase: "Nós não vamos desistir da nossa nação." A ex-primeira-dama ainda citou o golpe de faca no ex-presidente em 2018, que segundo ela, ainda lhe causam sequelas.
“Confio na Justiça de Deus Ajustiça humana, como temos visto, já não se sustenta... Mas sei que o Senhor dará o escape, assim como fez em 2018, quando meu marido foi vítima de uma facada, planejada para matá-lo por um ex- militante psolista. A sua saúde traz sequelas até hoje por causa desse episódio, mas em Deus ele é forte. Ele é GRANDE, e eu o amo muito. Não o deixarei desistir do propósito que o Senhor confiou a ele”, escreveu Michelle Bolsonaro.
"Seguimos em Oração. O Brasil precisa de nossa intercessão", finalizou.
Em nota, o partido manifestou "indignação e tristeza" com a prisão, citando que Bolsonaro pediu a Michelle para "manter a chama de esperança acesa no povo."
PRISÃO
A prisão de Bolsonaro é preventiva, ou seja, não tem prazo definido para terminar. Moraes justificou a medida dizendo que havia risco à ordem pública, após a convocação de uma vigília na frente do condomínio do ex-presidente, organizada pelo senador Flávio Bolsonaro, que poderia atrapalhar a prisão.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe, mas a prisão atual não está ligada a essa condenação, porque ainda há recursos em andamento. Quando os recursos terminarem, ele deverá começar a cumprir a pena em regime fechado, já que a condenação é superior a oito anos.
Após decretar a prisão preventiva, Moraes pediu que o STF analise a decisão para confirmar ou revogar a medida.
Motivos da prisão
Segundo informações da Polícia Federal ao STF:
A tornozeleira eletrônica foi violada às 0h08 do sábado;
Havia risco de fuga, reforçado pela vigília convocada por Flávio Bolsonaro;
A presença de apoiadores poderia atrapalhar a fiscalização da prisão domiciliar.
Local da detenção
Bolsonaro foi levado para a sede da Polícia Federal em Brasília e está em uma “Sala de Estado”, espaço reservado para autoridades. Ele passou por exame de corpo de delito no local.
Defesa
Os advogados de Bolsonaro afirmam que a prisão é “arbitrária” e dizem que não havia indícios de fuga. A defesa pretende pedir ao STF a revogação da medida.
Audiência de custódia
O ex-presidente terá audiência de custódia neste domingo (23), para que um juiz verifique se a prisão foi feita de acordo com a lei e se os direitos do detido foram respeitados. O procedimento é obrigatório, mesmo quando a prisão é determinada pelo STF.