Na manhã desta quinta-feira (27), em um comunicado divulgado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) trouxe um alerta preocupante: o atual mês de julho está se encaminhando para ser o mais quente já registrado na série histórica de medições. Essa constatação é baseada nos dados fornecidos pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), um observatório financiado pela União Europeia.
De acordo com o C3S, as três primeiras semanas deste mês apresentaram uma temperatura média global acima de qualquer outro período equivalente já monitorado desde 1940. Isso vem após o Copernicus ter declarado junho como o mês mais quente globalmente, superando o recorde anterior de 2019, com uma média de mais de 0,5°C acima da média de 1991-2020.
As análises corroboram a projeção da Nasa para o mês de julho. A agência espacial americana prevê temperaturas ainda mais altas em 2024, quando o atual fenômeno El Niño deve atingir seu pico.
Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, ressaltou que as emissões causadas pelo homem são o principal fator impulsionador desse aumento de temperatura. Ele alerta que o recorde de julho provavelmente não será um caso isolado este ano.
21 dos dias mais quentes
Os dados do Copernicus revelam que o mês de julho atual já conta com 21 dos 30 dias com a maior média global de temperatura do ar. As temperaturas recordes oscilam entre 16,8°C e se aproximam de 17,1°C.
Em 6 de julho, a temperatura média global do ar foi de 17.08°C, superando a maior marca registrada anteriormente, em agosto de 2016, de 16.8°C.
Ameaça ao futuro
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, enfatizou que o impacto das condições climáticas extremas em milhões de pessoas é uma dura realidade das mudanças climáticas e pode ser considerado um vislumbre do futuro.
"A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa é mais urgente do que nunca. A ação climática não é um luxo, mas uma necessidade", alertou.
A OMM também fez previsões alarmantes, apontando que existem 98% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos meses seja o mais quente já registrado, além de 66% de chance de que a temperatura exceda temporariamente 1,5°C acima da média de 1850-1900.
Contudo, a organização esclarece que isso não implica que o limite de 1,5°C especificado no Acordo de Paris seja permanentemente ultrapassado, já que se refere ao aquecimento de longo prazo ao longo de muitos anos.
Um fator relevante para o aquecimento excepcional de julho é a temperatura média global da superfície do mar, que tem se mantido significativamente acima dos valores observados em anos anteriores para esta época do ano, contribuindo para as condições excepcionalmente quentes.
Em 19 de julho, o valor diário marcou 20,94°C, apenas 0,01°C abaixo do valor mais alto registrado em 29 de março de 2016 (20,95°C).
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