Olavo se diz ‘lisongeado’ por Bolsonaro aceitar suas sugestões

\“A situação é, assim, intelectualmente catastrófica\” afirmou Olavo

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Apontado como guru do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e de seus filhos, o escritor Olavo de Carvalho, 71, diz que não existem intelectuais da esquerda do seu nível e que seus detratores não passam de difamadores. "A situação é, assim, intelectualmente catastrófica", afirmou, durante entrevista concedida à Folha nesta segunda (26).

O autor dos livros "O Jardim das Aflições" (1995) e "O Imbecil Coletivo" (1996) vive em Richmond, capital do estado da Virgínia (EUA), desde 2005. E nem mesmo a vitória de um governo conservador o motiva a voltar para a sua terra natal. "Quero ficar aqui no mato até morrer", diz.

Para ele, o movimento conservador brasileiro está atrasado e mostra uma "inexperiência horrível". Novas lideranças e uma "direita treinada" poderiam mudar os rumos do conservadorismo.

Apesar de ter emplacado dois ministros no novo governo (Ricardo Vélez Rodríguez para a Educação e Ernesto Fraga Araújo para o Itamaraty), ele conta que não mantém uma relação próxima com o futuro presidente brasileiro. Mas diz que toparia virar conselheiro dele por "R$ 100 ao mês".

Também não descarta por completo a possibilidade de se tornar embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Mas isso não o agradaria, segundo ele: "Na embaixada não posso nem fumar meu cachimbo, porra!". O escritor conta que indicou outra pessoa para o posto, mas não quis revelar o nome.

Usuário ativo de redes sociais —em uma delas, acumula mais de 500 mil seguidores—, Carvalho elogia a estratégia de comunicação da campanha de Bolsonaro com os eleitores: sem intermediários, inspirada na usada pelo presidente americano, Donald Trump.

Avalia, contudo, que a campanha do presidente eleito foi um caos, sem coordenação. O que não foi, necessariamente, ruim. "O que aconteceu foi uma colaboração popular espontânea", afirma.

A imprensa está entre seus alvos preferenciais. Afirma que a opinião conservadora foi banida dos jornais e que ninguém pode falar em Deus sem ser chamado de fundamentalista pela mídia.

Critica ainda o movimento Escola sem Partido (por ter sido proposto antes da realização de uma pesquisa que comprove a hegemonia da esquerda nas instituições de ensino), a educação sexual nas escolas (que incentiva "mais putaria"), os "gayzistas" (que, segundo ele, querem impor seu modo de ser aos outros) e a ideia de aquecimento global.

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