A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou nesta terça-feira (9) que pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento ou a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Arruda é investigado por suposto envolvimento em um esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, o que ele nega.
O caso foi deflagrado pela Polícia Federal na operação Caixa de Pandora, a partir de denúncias do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, que gravou vídeos em que empresários, deputados distritais e até o governador recebem maços de dinheiro. O pedido foi protocolado na PGR por volta das 17h e já seguiu para o gabinete do procurador geral, Roberto Gurgel.
No pedido, a OAB diz que há "evidências claras" da participação do governador em "tentativas de obstrução das investigações e cooptação de testemunhas" –uma referência à suposta tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra, para que mentisse em depoimento que faria à Polícia Federal sobre a participação de Arruda no suposto esquema.
“A partir dessa tentativa, há uma possibilidade legal de um pedido do MP para que ele [Arruda] possa ser afastado para que a investigação seja conduzida de uma forma íntegra”, disse o presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante. Sua permanência no cargo poderá ensejar dano efetivo à instrução processual Em entrevista na sede da OAB, Ophir disse que a Ordem tomou a medida a partir de provas já existentes de que o governador estaria atrapalhando as investigações.
“A OAB, a partir das provas já existentes, compreendeu que há elementos suficientes para que o Ministério Público requeira o afastamento do governador Arruda ou mesmo a prisão preventiva para que seja resguardada a continuidade da investigação”, explicou.