O novo papa já criticou abertamente o governo de Donald Trump, é um profundo conhecedor do Brasil e da América Latina e adotou uma linha de defesa dos pobres e mais vulneráveis.
Ainda assim, o presidente americano foi um dos primeiros a comemorar a escolha.
"Parabéns ao Cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro papa americano. Que emoção e que grande honra para nosso país. Estou ansioso para conhecer o Papa Leão 14. Será um momento muito significativo!", disse Trump.
Originário de Chicago, Robert Prevost era o chefe do Dicastério para os Bispos da Igreja. Essa posição poderosa significou que, por anos, ele supervisionou a seleção de novos bispos e construiu uma ampla rede de contatos. Ele também atuava como presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Ao falar suas primeiras palavras, pediu uma "Igreja sinodal", missionária e que saía ao encontro "dos que mais sofrem". Chamou a atenção ainda o fato de ele ter feito uma referência ao Peru, e não aos EUA.
De fato, Prevost tem dupla cidadania, possuindo nacionalidade tanto dos EUA quanto do Peru, onde serviu por muitos anos. Dentro do Vaticano, é considerado como um profundo conhecedor da América Latina.
Criticou JD Vance e políticas migratórias de Trump
Apesar de ser americano, Prevost se mostrou contrário às políticas de Donald Trump. Nas redes sociais, ele criticou JD Vance, o vice-presidente católico dos EUA.
Em 3 de fevereiro, ele compartilhou um artigo da National Catholic Reporter intitulado: "JD Vance está errado: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos outros". Isso foi sua resposta aos comentários que o vice-presidente fez na Fox News em fevereiro.
Dez dias depois, ele publicou em suas redes uma carta que Francisco enviou aos bispos americanos, criticando a política migratória de Donald Trump. Naquele momento, a Casa Branca reagiu de forma enérgica contra o argentino.
Mais recentemente, ele compartilhou uma postagem que criticava a visita do presidente salvadorenho, Nayib Bukele, aos EUA, e ações de deportação de um imigrante de forma irregular.