Novo ministro do Desenvolvimento Agrário toma posse

Pepe Vargas prometeu “fortalecer a agricultura familiar” e ampliar “o diálogo com os movimentos sociais”.

A presidente Dilma Rousseff ao lado do novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. | Roberto Stuckert Filho / Presidência
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O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT-RS), tomou posse nesta quarta-feira (14) com a promessa de "fortalecer a agricultura familiar" e ampliar "o diálogo com os movimentos sociais", depois de seu antecessor Afonso Florence (PT-BA) ter deixado o cargo em meio a críticas de má gestão na área de reforma agrária.

As críticas levaram a presidente Dilma Rousseff "lamentar", em nota, as interpretações sobre a saída de Florence do governo. Após reiterar agradecimentos, disse que ele "prestou grandes serviços ao processo de inclusão social no campo". Em discurso nesta quarta, a presidente voltou a elogiar Florence e pediu atenção à agricultura familiar.

No discurso de posse, Pepe Vargas agradeceu ?a confiança? depositada pela presidente Dilma. ?Vou dedicar todas as minhas energias para cumprir a missão determinada por vossa excelência ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Ou seja, fortalecer a agricultura familiar e buscar superar a pobreza extrema do meio rural ampliando o diálogo com os movimentos sociais?.

O novo ministro afirmou que 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros vêm da agricultura familiar. Ele pretende, disse, ampliar esse número e ?produzir ganhos de produtividade e melhoria da qualidade do trabalho, de forma a reduzir os preços dos alimentos, contribuindo para a queda da inflação e o aumento dos postos de trabalho?.

Pepe Vargas afirmou ainda que não ?vacilou? ao aceitar a ?convocação? de Dilma para assumir o Desenvolvimento Agrário. ?Não poderia me furtar de contribuir com o objetivo de construir um país rico e sem pobreza. Obsessão do seu governo?.

O Palácio do Planalto anunciou a troca na pasta na última sexta-feira (9). De acordo com o blog de Cristiana Lôbo, Dilma trocou Florence por Vargas porque quer resultados de gestão. Segundo o comentarista Gerson Camarotti, da Globo News, a presidente avaliava como "sofrível" a atuação do ministro. "O Globo" informou que o desempenho de Florence não agradava ao Planalto nem aos movimentos sociais do segmento da reforma agrária. Para a "Folha de S.Paulo", o ministro foi demitido "por deficiência". "O Estado de S. Paulo" atribuiu a saída de Florence a "ataques" dos movimentos sociais.

Após a saída, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também criticou, em nota oficial, a atuação de Florence e disse esperar que a situação melhore com o novo ministro.

Em seu discurso, Afonso Florence defendeu sua gestão. Ele afirmou que todas as metas do Brasil sem Miséria foram não apenas cumpridas, mas superadas no ano passado. ?[Fizemos] mediação das demandas dos movimentos sociais organizado, sempre nos respeitando, [...] e a partir dessa relação de respeito com todos os atores com e políticos iniciamos, logo na chegada, a execução do Plano Brasil Sem Miséria.?

Segundo Florence, dos 28 milhões de homens e mulheres que saíram da faixa de pobreza extrema, 4,8 milhões foram da área rural.

"Esse é um momento muito especial porque é uma oportunidade de, encerrando esse um ano dois meses e 14 dias de trabalho, celebrar a posse do meu companheiro de partido, meu amigo, deputado Pepe Vargas. Isso representa muito para mim", completou ele.

Florence lembrou da indicação das Nações Unidas de José Graziano da Silva para diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Graziano foi ministro de Segurança Alimentar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e coordenou a formulação do programa Fome Zero.

?Tivemos uma vitória o povo brasileiro de grande envergadura. Com a candidatura do Graziano para diretor geral da FAO, tivemos oportunidade de conhecer como o mundo vê o Brasil nesse momento?, disse Florence, que destacou o reconhecimento internacional do Brasil na luta contra a fome.

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