Juiz do caso Cachoeira se diz incapaz de julgar por questões pessoais

Magistrado diz que é amigo de um dos indiciados na Operação Monte Carlo

Juiz que pediu afastamento diz ter sido ameaçado em ofício a corregedor | Reprodução
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O magistrado escolhido para suceder o juiz Paulo Augusto Moreira Lima no processo sobre a Operação Monte Carlo, Leão Aparecido Alves, não deve assumir o caso.

Leão afirmou à TV Anhanguera que vai se declarar impedido de conduzir o processo por ser amigo de José Olímpio Queiroga Neto, suspeito de ser aliado de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, principal alvo da ação.

O processo que tramita na 11ª Vara Federal de Goiânia é baseado em denúncia do Ministério Público contra 80 pessoas acusadas de participar do grupo. Os crimes de formação de quadrilha, corrupção, violação de sigilo funcional e advocacia administrativa (usar cargo para interesses privados) são mencionados no processo.

Moreira Lima, que pertencia a 11ª Vara Federal, autorizou as escutas telefônicas da Operação Monte Carlo e ordenou a prisão de Carlinhos Cachoeira, pediu afastamento e vai atuar na 12ª Vara, área fiscal. O jornal "Estado de S.Paulo" divulgou nesta terça-feira (19) ofício do juiz ao corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo, em que afirma não ter condições de permanecer no caso por sofrer ameaças: "Vivo situação de extrema exposição junto à criminalidade do Estado de Goiás".

No documento, o juiz relata que segue esquema de segurança, mas diz que sua família foi abordada. "Minha família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente Operação Monte Carlo, em nítida ameaça velada."

O afastamento e a declaração do novo juiz do caso devem paralisar ou atrasar o andamento do processo. O novo juiz terá que ler os 53 volumes do processo antes de tomar qualquer decisão.

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