Ex-membro da administração de José Roberto Arruda, Rogério Rosso (PMDB) tomou posse nesta segunda-feira (19) como novo governador do Distrito Federal. Rosso foi eleito em primeiro turno para o cargo em eleição indireta realizada na Câmara Legislativa no último sábado (17). Com o voto de 13 dos 25 deputados, ele desbancou o então governador interino, Wilson Lima (PR), que obteve quatro votos, e o candidato do PT, Antonio Ibanez, que teve seis votos.
Também tomou posse nesta manhã a nova vice-governadora, Ivelise Longhi (PMDB), que foi administradora de Brasília no governo Arruda. Após serem recebidos com aplausos pelos deputados distritais em um plenário lotado, governador eleito e vice ouviram o discurso de Wilson Lima. ?Temos um novo governador eleito em eleição indireta pelo parlamentares. Com certeza os deputados representam o povo.A eleição é legítima [acontece] no momento em que o DF precisa de pessoas determinadas e dispostas a arreganhar as mangas?, disse.
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Durante o discurso, Lima disse que sua gestão como governador interino trouxe tranqüilidade ao Distrito Federal. ?No momento que Brasília mais precisava eu estive presente. Quando tudo parecia acabado, sob a ameaça da intervenção, Deus me deu a missão, me iluminou, e eu fiquei a frente do GDF e pus calmaria à cidade?, afirmou.
Após o discurso de Wilson Lima, Rosso e Longhi prestaram no palanque da Câmara o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento do DF e foram declarados empossados nos cargos pelo presidente da Casa, Cabo Patrício (PT).
Rosso é advogado e ocupa cargos na administração pública do DF há cerca de 10 anos. No último governo de Joaquim Roriz, foi secretário de Desenvolvimento Econômico e administrador de Ceilândia e, na gestão Arruda, presidiu a Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan).
Entre as principais propostas do novo governador, estão a continuidade de obras e serviços, a redução dos cargos comissionados e de despesas da máquina pública, além da aplicação dos recursos economizados nas áreas de saúde, segurança e educação.
Crise política
O Distrito Federal enfrenta uma crise política desde que a Polícia Federal deflagrou, em novembro de 2009, a Operação Caixa de Pandora. A PF investiga um suposto esquema de distribuição de propina no governo distrital, envolvendo o primeiro escalão do Executivo local. As denúncias levaram à prisão e afastamento, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro.
Dias depois, o vice-governador Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM) renunciou ao cargo, assumindo interinamente o então presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo TRE-DF por infidelidade partidária, deixando vago o cargo. José Roberto arruda foi solto pelo STJ nesta segunda-feira (12), após dois meses preso.