A desembargadora piauiense Liana Chaib será empossada nesta sexta-feira, 16 de dezembro, como ministra do Tribunal Superior do Trabalho, após ter passado por um processo eleitoral na Corte e sido escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) entre as integrantes da lista tríplice. A magistrada ainda recebeu a anuência dos senadores ao ser aprovada em sabatina no Senado no mês passado. Em entrevista exclusiva ao jornalista Rivanildo Feitosa, da Rede Meio Norte, Liana Chaib sintetizou o 'peso' de ser a primeira representante do Estado a ocupar o posto em mais de oito décadas de TST.
"Pesa muito,inclusive era uma das situações em que quando houve a sabatina, eu parava e questionava 'o porque estou nervosa para uma sabatina, onde eu leciono há mais 30 anos, exerço meu ofício há mais de 34 anos, e estou muito nervosa', aí eu descobri que é o peso, a responsabilidade, a importância do cargo, e dizer que o Piauí chegou com alguém que possa trazer seu currículo, sua história, é o Piauí com uma bagagem intelectual".
Filha de um dos maiores juristas da nossa história - Jorge Chaib - Liana disse que foi criada tendo o conhecimento como um pilar importante. "Eu fui criada num ambiente em que era o conhecimento, era a leitura, esses foram os valores que meu pai ensinou, o tempo inteiro ele dizia que o mais importante era o conhecimento. Meu pai sempre foi um homem de destaque no Piauí, foi secretário de administração em vários Governos, tinha inclusive uma frase jocosa sobre ele, que dizia que ele dava um nó e era necessário depois que o próximo Governo o chamasse para desatar, porque ninguém conseguia desatar, ele implantou a administração pública do Piauí quase toda, suas Secretarias, várias pessoas jurídicas, toda a estrutura do Piauí tem a assinatura do meu pai na elaboração, nós somos um pouco o ambiente que crescemos".
Liana Chaib lembra que a lista tríplice do TST foi formada apenas por mulheres, e que já havia tentado noutras ocasiões chegar ao posto de ministra. A piauiense lembra que sempre reiterava a importância de observar a questão federativa na Corte.
"Essa lista foi formada por 3 mulheres e tradicionalmente o TST tem na sua composição mais ministros do Sul e Sudeste e eu comecei essa campanha, ela não é de agora, eu participei três vezes e nunca havia entrado na lista, e eu chamava a atenção aos ministros sobre essa questão federativa".
A nova ministra ainda sinalizou que é 'preciso que mais piauienses assumam esses postos porque através das mãos desses piaueinses se constrói a história do Estado'. "Eu como mulher, como nordestina, engradeço, e nosso papel no mundo é deixar o trabalho, deixar o caminho aberto e dizer você pode estar lá".
Na relação empresa e funcionários, Liana Chaib indicou que buscará sempre pautar o equilíbrio. "Sempre vi essa questão, me preocupo muito com o ser ou não ser, com o ter ou não ter nada, eu acho que empresários, microempresários, empregados, agronegócio, todos constroem o mundo, então todos devem estar irmanados na Justiça Social, então é preciso que a Justiça do Trabalho veja a completude. Não dá para ver a coisa setoriada, eu acho que é necessário se guardar o valor social do trabalho e a empresa, e a livre iniciativa. É um equilíbrio".