O presidente Lula sobrevoou, neste domingo, 9, as áreas inundadas pelas chuvas na região de Trizidela do Vale e Pedreira, no estado do Maranhão. Na ocasião, ele afirmou ser necessário convencer a população dessas regiões de que não é possível voltar a construir as casas nos mesmos locais. No Maranhão, ele também visitou um abrigo na cidade de Bacabal.
“Está aqui o ministro das Cidades [Jader Filho] me ouvindo. Nos projetos de construção de novas casas precisamos convencer as pessoas que não é possível construir uma casa no lugar que a gente sabe que vai dar enchente”, disse Lula, durante coletiva de imprensa ao lado de ministros e do governador do Maranhão, Carlos Brandão, no Aeroporto Regional de Bacabal.
Além do presidente Lula e do governador do Maranhão, Carlos Brandão, a comitiva contou ainda com as presenças do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; e o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta; além de parlamentares maranhenses e prefeitos de cidades atingidas.
Lula lembrou que no ano de 2009, esteve em Bacabal numa situação semelhante, de muitas chuvas, a Roseana Sarney era governadora. "Estive aqui no mesmo rio, na mesma enchente. É uma demonstração de que quando moramos perto do rio não tem jeito não, vai sofrer enchente quando a chuva for demais”, completou o presidente.
O presidente conta que morou em bairros que enchiam d’água. "E a gente ficava disputando espaço com barata e rato e a chuva ia embora e tinha que ficar tirando lama com sanguessuga pegando nas canelas. Eu sei o que esse povo passa, deixar suas casas, seus móveis, às vezes não tem tempo de tirar, perde tudo o que tem, perdem geladeira, fogão, cama, colchão”, lamentou Lula.
O presidente disse que a união entre governos federal, estadual e municipal para ajudar a população é obrigatória e defendeu uma atuaão conjunta de todos os entes da Federação diante dessas situações.
“Não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, entre governadores e entre presidente da República", disse, e concluiu "é obrigação moral, política e ética cuidarmos dessa gente que sofre e que precisa de nós”.
O governo federal ainda trabalha, junto com as equipes de defesa civil, na ajuda humanitária às famílias, com distribuição de água, cestas básicas, colchões e material de higiene.
Maranhão tem mais de 7,5 mil famílias desabrigadas
O Maranhão tem mais de 7,5 mil famílias desabrigadas e 35 mil afetadas pelas inundações nos 64 municípios em situação de emergência.
Por causa da atual situação, com cinco escolas alagadas e sete sendo usadas como abrigo, a prefeitura de Trizidela antecipou as férias dos estudantes de julho para abril.
Segundo a prefeitura de Bacabal, as famílias da região começam a ser afetadas quando o rio Mearim, que passa na região, ultrapassa o nível de 6 metros acima do normal. Nesse final de semana, o rio ultrapassou 8,3 metros acima do nível normal.
A 395 quilômetros de São Luís, a cidade de Buriticupu, com cerca de 72 mil habitantes, decretou calamidade. O município é assolado por voçorocas, fenômeno geológico que cria crateras gigantes. Algumas fendas chegam a medir 600 metros de extensão e 70 metros de profundidade, segundo autoridades. (Com informações da Agência Brasil)