Militares venezuelanos fecharam a fronteira com o Brasil nesta sexta-feira (10/1) e permanecem no final da BR-174, que conecta o estado de Roraima ao país vizinho. A movimentação ocorre no dia da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela.
Sua reeleição no ano passado foi amplamente contestada internacionalmente, gerando um desgaste nas relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Visto como aliado do regime, Lula não reconheceu os resultados da eleição, o que resultou em um afastamento diplomático entre Brasília e Caracas.
Maduro assumiu o cargo após a morte de Hugo Chávez em 2013, e tem permanecido no poder desde então. Seu governo se recusou a divulgar as atas de votação nas últimas eleições. Chávez, por sua vez, manteve uma relação tensa com os Estados Unidos após nacionalizar o petróleo e outros setores da economia e foi denunciado ao Tribunal Penal Internacional por perseguir opositores.
Na véspera da posse de Maduro, a líder da oposição, María Corina Machado, foi temporariamente detida. Já Edmundo González, adversário de Maduro na eleição anterior, anunciou que retornará à Venezuela.
Em meio à crescente tensão, o governo Lula tenta se posicionar como mediador do conflito e, por isso, enviou uma diplomata para participar da posse.
De acordo com agentes que acompanham a situação, o fechamento ocorreu de maneira unilateral, mas pacífica, pela Venezuela. Pessoas do país vizinho continuam se deslocando ao Brasil, porém, por rotas afastadas da rodovia federal. A BR-174 liga Pacaraima a Santa Elena de Uairén.