Após a polêmica do não comparecimento na sessão que votaria o relatório sobre a cassação do mandato de Eduardo Cunha, a deputada Tia Eron (PRB-BA) finalmente se pronunciou.
Sem declarar se votará pela cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada fez um discurso inflamado. Ao iniciar sua fala, ela cumprimentou os presentes e se disse surpresa por não ter sido procurada ou sequer citada pelos colegas. Tia Eron respondeu sobre as acusações de que teria se acovardado diante da comissão e "sumido" para não dar o voto decisivo sobre o parecer. "Não fui abduzida", exclamou.
"Não mandam nessa nega aqui", disse a deputada, em alto tom, ao dizer que não seria influenciada pelos conselhos de Celso Russomano (PRB-SP) e de Crivela, que teriam orientado a deputada a votar a favor da cassação de Eduardo Cunha.
De acordo com Tia Eron, ela não estava presente na reunião da semana passada porque preferiu assistir ao debate pela televisão para poder olhar cada um dos parlamentares nos olhos.
“Os olhos refletem muito mais do que a boca não tem coragem de dizer”, afirmou a deputada baiana, que rebateu comentários feitos por colegas na última sessão que clamavam sua presença. “Esse processo, tão longo, 8 meses. Os senhores homens não sabem o que é gestar um filho. É quase um filho. E perguntavam ‘Cadê Tia Eron?’. Era para vir aqui resolver o problema que vocês estão aqui para resolver e não conseguiram.”
Ao final dos poucos minutos de discurso, estendido pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), a deputada agradeceu a liberdade que recebeu do presidente licenciado do PRB, ministro Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e afirmou que votará de acordo com a consciência. “Você não pode brigar com a sua consciência. É o que farei nesta tarde, presidente.”