O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e sua empresa, a Destra, investiram cerca de R$ 750 mil em anúncios nas plataformas da Meta entre abril de 2024 e abril de 2025. O conteúdo, amplamente impulsionado, inclui mensagens sensacionalistas e apelos religiosos, como a convocação de cristãos para uma “guerra cultural”.
A prática de tráfego pago intenso somou mais de 3.300 anúncios no período e está diretamente ligada ao crescimento do alcance digital de Nikolas, que exibe em sua biografia nas redes o link da empresa como canal oficial. A estratégia funcionou: um vídeo com desinformação sobre uma suposta “taxação do Pix” alcançou 330 milhões de visualizações.
Pedido de cassação e punição
O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais ingressou com uma ação pedindo a cassação do mandato de Nikolas e a suspensão de seus direitos políticos. A denúncia envolve uma série de ataques ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante a campanha eleitoral de 2024.
Nikolas e seus aliados, o deputado estadual Bruno Engler, a coronel Cláudia e a delegada Sheila, teriam distorcido passagens de um livro de ficção escrito por Fuad, sugerindo que ele apoiava crimes sexuais. Mesmo após ordem judicial para remover o conteúdo, o deputado manteve o vídeo no ar e publicou outro criticando a Justiça Eleitoral.
Segundo o promotor Renato Augusto de Mendonça, o grupo promoveu uma “campanha sistemática de desinformação” com dolo e persistência. O MP também solicita indenização por danos morais, a ser destinada a instituições de caridade escolhidas pela família de Fuad. Até o momento, os envolvidos não se pronunciaram sobre a ação.
Com informações de Intercept Brasil e Carta Capital