A Justiça do Paraná interrogou Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, que negou que tenha recebido propina. Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, responde aos processos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele é acusado de ter recebido US$ 40 milhões de propina para beneficiar uma empresa em um contrato para construção de navios-sonda, usados na perfuração em águas profundas.
No depoimento, Cerveró afirmou que nunca recebeu propina e que não foi indicado ao cargo de diretor da área internacional pelo PMDB, como disse o ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa, na delação premiada.
- Teve alguma influência política do partido, do PMDB?
- Não.
- O senhor pode me esclarecer como o senhor assumiu esse cargo de diretor?
- Eu assumi o cargo de diretor atendendo um convite do presidente Lula e da ministra Dilma, de Minas e Energia. E pelo meu conhecimento. Quando eu assumi a diretoria, eu já tinha 28 anos de companhia.
Nestor Cerveró está preso desde janeiro em Curitiba. O ex-diretor da Petrobras também é acusado pelo Mnistério Público de tentar ocultar a compra de um apartamento, que teria sido pago com dinheiro desviado da estatal por meio de uma empresa de fachada.
A cobertura em Ipanema foi alugada em nome da mulher de Cerveró por um valor considerado abaixo do mercado. No depoimento, Cerveró admitiu que ficou sem pagar o aluguel por dois anos porque fez benfeitorias que valorizaram o imóvel e porque tinha um acordo com o proprietário.
- O senhor não acha estranho morar dois anos no apartamento sem pagar aluguel?
- Mas, acabei de explicar, doutor juiz. Eu acabei de explicar. Foi a compensação.
- E o senhor não deu nenhum documento sobre isso?
- Não precisava. Eu tinha um acordo verbal. Por que eu tinha que ter a preocupação se meu interesse era continuar morando no apartamento?
A Petrobras receberá de volta R$ 157 milhões que estavam em contas do ex-gerente Pedro Barusco no exterior, dinheiro que tinha voltado para o Brasil por iniciativa do Ministério Público Federal. O juiz Sérgio Moro autorizou o depósito na conta da Petrobras e disse que espera que parte desse dinheiro seja usada para prevenir desvios na empresa.