Nelson Jobim elogia Dilma e afirma querer ficar, mas já admite saída

Ministro da Defesa afirma que presidente é “extraordinária”, mas que ficará “tudo bem” se ela decidir tirá-lo do governo.

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Com o cargo em risco há uma semana, o ministro Nelson Jobim (Defesa) admitiu ontem, pela primeira vez em público, que pode deixar o governo Dilma Rousseff. Ele disse que deseja permanecer no cargo, mas que ficará "tudo bem" caso seja substituído: "A presidente é quem decide essas coisas. Se puder continuar, tudo bem. Se não puder, tudo bem".

A relação entre os dois se deteriorou no último dia 26, quando ele declarou ter votado em José Serra (PSDB) na eleição de 2010. Ontem, no "Roda Viva" da TV Cultura, Jobim mudou de tom e rasgou elogios à chefe. "A presidente Dilma é extraordinária. Minha relação com ela é ótima", disse. "Ela tem uma grande visão de Estado, uma visão de futuro."

Jobim afirmou não se sentir desconfortável com a presidente, que estuda substituí-lo. "Não tenho nenhum problema, nenhuma dificuldade", disse. "Sou ministro por prazer. Desejo continuar a fazer o que estou fazendo. "Questionado se planejava sair, foi enfático: "Absolutamente. Não mesmo." E negou ter sido desleal com Dilma: "Alguém pode não acreditar, mas não sou dissimulado. Sempre fui assim".

"Aprendi com o dr. Ulysses [Guimarães]: em política, até a raiva é combinada." O ministro se reuniria com Dilma dia 11, mas o encontro foi antecipado para amanhã.

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