Na quarta-feira, 13 de setembro, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) lamentou pela situação em que o Brasil teve um presidente que desrespeitou a Constituição e conduziu campanhas para minar a credibilidade da Justiça Eleitoral. "Não tenho dúvida, estava em marcha um golpe de Estado", disse em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, ao ser questionado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar da crítica, Alckmin evitou defender a prisão de Bolsonaro, afirmando ser essa uma decisão do Judiciário.
"Bolsonaro foi eleito pela urna eleitoral, o filho foi eleito senador, o outro filho foi eleito deputado, o outro filho foi eleito vereador e a urna é falsa?", indagou ao falar sobre os ataques à democracia no Brasil. "É muito triste o que o Brasil passou. E muitas pessoas entraram nisso meio desavisadas."
Alckmin defendeu a reforma ministerial realizada no governo Lula e lamentou a existência de 30 partidos políticos no Brasil, 20 deles com representatividade no Congresso Nacional. "Eu defendi a entrada no governo tanto do Republicano quanto do Progressistas, porque é importante a governabilidade", declarou.
Na análise dele, os partidos estão enfraquecidos devido à fragmentação e falta ao país uma reforma política. "Enquanto isso não ocorre, precisa ter governabilidade", afirmou, apesar de concordar que não há garantia de apoio. O vice-presidente defendeu Lula também na substituição da ex-ministra dos Esportes Ana Moser por André Fufuca. "Lula, mesmo com essa mudança, tem um número bastante expressivo de mulheres", disse.
Quando questionado sobre a indicação de uma mulher para o Supremo Tribunal Federal (STF), Geraldo Alckmin enfatizou a importância de encontrar um candidato com qualificações sólidas e experiência. Ele evitou discutir seu futuro político, mas assegurou que não entrará na corrida eleitoral pelo cargo de governador de São Paulo, posição que já ocupou em quatro ocasiões. Além disso, ao falar sobre suas paixões pela política e medicina, Alckmin destacou que sua maior prioridade é sua esposa, Lu Alckmin. Esta declaração levou os internautas a chamá-lo de "o último romântico" nas redes sociais.
(Com informações da Folhapress - Cristina Camargo)