O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (4) que "não haverá" no Congresso "pautas-bomba", que elevam as despesas do governo. Ele disse que não é governista nem oposicionista e que, como presidente do Congresso, quer "colaborar com o país".
Renan Calheiros deu as declarações antes de um almoço com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no qual disse que iria discutir a conjuntura econômica e discutir projetos como o da reforma do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o que reduz a desoneração da folha de pagamento das empresas.
"Não haverá no Congresso Nacional pauta bomba, não haverá. É o contrário. Nós estamos preocupados em desarmar a bomba que está posta na economia. Eu não sou nem governista, nem antigovernista, vou me pautar sempre como presidente do Congresso Nacional, um poder independente, autônomo, que quer colaborar com o país, com o olhar sempre da sociedade", declarou.
Mais tarde, o vice-presidente da República, Michel Temer, também comentou o tema. Ao chegar ao gabinete da vice-presidência, ele disse a jornalistas que que "não há bomba fiscal" no Congresso Nacional. "Não há bomba fiscal, não. Na reunião de líderes, ontem, o próprio líder do governo ressaltou que a pauta de agora é uma pauta que remanesceu do período pré-recesso. Então não é pauta-bomba, não. Essas coisas serão cuidadas com muita tranquilidade", disse o vice-presidente.
Superávit fiscal
Para Renan Calheiros, a mudança na meta fiscal – o governo anunciou no último dia 22 a redução da meta – "inevitavelmente teria que acontecer", mas criticou: "Pareceu um pouco precipitada, sem planejamento".
José Dirceu
Renan Calheiros não quis comentar diretamente a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.
Perguntado sobre o assunto, o senador comentou apenas que "todo homem público tem que prestar explicações à Justiça"."Eu não quero, portanto, colaborar para prejulgar nada, absolutamente nada. Mas eu acho que todo mundo tem que prestar informações, sim, à Justiça", afirmou.