“Não fui consultado”, diz José Sarney sobre decisão que proibiu reportagens sobre filho

Sarney disse que não foi consultado sobre a decisão dos advogados de seu filho

José Sarney: presidente do Senado | Divulgação
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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota na tarde desta segunda-feira (3) afirmando não ter responsabilidade sobre a decisão judicial que proibiu o jornal ?O Estado de São Paulo? de publicar reportagens com dados sigilosos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga seu filho Fernando.

Sarney disse que não foi consultado sobre a decisão dos advogados de seu filho de entrar na Justiça com o pedido de proibir o jornal de realizar as reportagens. ?Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato?, diz.

Na nota, o presidente do Senado afirma que seu filho é vítima de uma campanha ?cruel e violenta? por parte do jornal ?O Estado de São Paulo?. Sarney diz ainda que nunca processou nenhum jornalista.

?Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum?, afirma.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), anunciou que entrará ainda nesta segunda-feira (3) com uma denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que concedeu a liminar pedida pelos advogados de Fernando Sarney.

Para Virgílio, o magistrado deveria ter se declarado impedido de decidir a ação devido a sua ligação com Sarney e com o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. ?Ele arranjou uma confusão da grossa. Ele poderia ter se declarar impedido, passar ao largo disso, mas devido a essa relação tão antiga já foi assinando qualquer ilegalidade?.

A determinação do desembargador, concedida em caráter liminar, estipula multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a decisão. Para evitar ?lesão grave e de difícil reparação? a Fernando Sarney, o desembargador determina que o jornal ?se abstenha quanto à utilização (de qualquer forma, direta ou indireta) ou publicação dos dados relativos ao agravante (Fernando Sarney)?.

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