O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), seja multado em R$ 250 mil por declarações dadas no programa "Escola de Governo, da Rádio e Televisão Educativa do Paraná. O G1 procurou a assessoria de imprensa do governador e aguarda resposta.
No pedido de multa, é citada a declaração do governador, que relacionou câncer de mama a passeatas gay. No fim de outubro, Requião anunciava o pronunciamento do secretário da Saúde do estado, Gilberto Martin, que falaria sobre ações para o controle de câncer, quando deu a declaração.
"A ação do governo não é só em defesa do interesse público, é [em defesa] da saúde da mulher também. Embora hoje câncer de mama seja uma doença masculina também, né? Deve ser consequência dessas passeatas gay", disse Requião, ao convidar o secretário ao palco.
Para o MPF, a frase foi ?absolutamente preconceituosa contra os homossexuais, com nítido caráter homofóbico?. À época, o governador divulgou nota afirmando que tinha a intenção de fazer um alerta sobre os "riscos que o abuso de hormônios femininos, com fins terapêuticos ou estéticos, representam para a saúde".
O MPF diz ainda que Requião ?ridicularizou? e ?constrangeu? o pesquisador Lauro Akio, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Ao comentar pesquisas sobre o trigo, o pesquisador teria reclamado da falta de pessoal na instituição. Em seguida, o governador teria, segundo o MPF, chamado pesquisador de "gafanhoto" e "kung fu".
Segundo o MPF, a Justiça já proibiu Requião de usar indevidamente a programação da Rádio e Televisão Educativa do Paraná, sob pena de multa. O órgão diz ainda que já foram aplicadas quatro multas a ele, no total de R$ 850 mil, por descumprimento da decisão.