O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que o ex-juiz, ex-ministro da Justiça - no governo de Jair Bolsonaro (PL) - e agora senador, Sergio Moro (União Brasil-PR), e o ex-procurador que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Deltan Dallagnol (Podemos-PR), "comandaram uma sofisticada organização criminosa". O ministro se refere à atuação parcial de Moro e Dallagnol durante a Operação Lava Jato em prol tanto da perseguição quanto da condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seus aliados.
Na noite desta sexta-feira (09), Pimentel usou suas redes sociais para comentar criticamente as trocas de mensagens entre o ex-juiz e o ex-procurador quando ocupavam pastas na Lava Jato, as quais foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil, em 2019, dando início à Operação Spoofing.
"Cada vez que mais conversas da Vaza Jato são divulgadas aumenta minha perplexidade e minha indignação de como o Brasil foi capturado por essa quadrilha de bandidos de togas. Moro e Deltan comandaram uma sofisticada organização criminosa com ramificações em vários setores do aparato do Estado brasileiro", escreveu Pimentel.
"Uma perigosa organização que nunca mediu limites e jamais teve escrúpulos para alcançar seu projeto de poder. Que todos sejam identificados e respondam exemplarmente pelos crimes cometidos contra a democracia. Nenhum tipo de impunidade pode ser tolerada contra esse bando e seus cúmplices!", completou.
Ainda na sexta, o Corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe encaminhasse as provas da "Vaza Jato" - as mensagens hackeadas.
Com o pedido, Salomão busca levar o material vazado para ser investigado pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), nos setores da 13a Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional da 4a Região (TRF-4).
Amigos por ofício
Moro e Dallagnol possuem uma relação próxima de longa data. Eles trabalharam juntos durante a investigação contra Lula pela Operação Lava Jato: o senador estando à frente do cargo de juiz federal; e o ex-deputado, como procurador, coordenando a operação.
No mês passado, os dois foram denunciados por tentativa de extorsão pelo advogado Rodrigo Tacla Duran durante o exercício da Lava Jato. O advogado relatou que esteve na mira da operação por se recusar a aceitar ser 'extorquido'.
Segundo as acusações de Duran, advogados envolvidos na operação pediram a ele US$ 5 milhões para impedir sua prisão.
Além disso, o ex-deputado estadual pelo Paraná, Tony Garcia, disse que trabalhou em "parceria" com o Ministério Público Federal - na época, tendo influência de Moro e Dallagnol -, mas com suas contribuições mantidas sob sigilo.
De acordo com Garcia, ele quem era o delator da Lava Jato e peça fundamental no jogo de acusações que resultaram na prisão do ex-governador paranaense, Beto Richa; além de prestar serviços a Moro para conseguir informações comprometedoras a parlamentares filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT).