O senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato, comparou as restrições judiciais impostas a Jair Bolsonaro às circunstâncias da prisão do ex-presidente Lula em 2018. Para Moro, as medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra Bolsonaro representam um “precedente perigoso”.
“Lula nunca sofreu restrições em sua liberdade de se comunicar ou de se manifestar publicamente antes do seu julgamento”, escreveu Moro nas redes sociais. Ele foi o responsável pela ordem de prisão de Lula no âmbito da operação Lava Jato, quando atuava como juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
Tornozeleira e recolhimento noturno
As declarações de Moro ocorreram após a decisão de Moraes que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, além da proibição de uso de redes sociais e de contato com os filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro. As medidas fazem parte das investigações da Polícia Federal sobre uma possível tentativa de golpe de Estado em 2022.
Bolsonaro ainda deve cumprir recolhimento domiciliar das 19h às 7h e em finais de semana, além de estar impedido de se comunicar com embaixadores ou circular em áreas diplomáticas. A operação da PF também realizou buscas em endereços ligados ao ex-presidente e ao PL, partido ao qual é filiado.
Reação à tarifa dos EUA
Ainda na mesma publicação, Moro aproveitou para se posicionar contra a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida teria sido uma resposta às acusações contra Bolsonaro.
“Sou absolutamente contrário às tarifas impostas ao Brasil, por serem injustas e arbitrárias”, disse o senador. Moro afirmou que o país não deve ser penalizado por decisões judiciais internas e defendeu o respeito às instituições democráticas.