Molon diz que saída de Teich deixa o Brasil “de joelhos” para a covid

Em entrevista no Jogo Aberto MN, o deputado federal apontou que a situação da pandemia pode piorar com a crise política

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Em sua segunda edição, o Jogo Aberto MN recebeu no início da noite deste sábado, 16 de maio, o deputado federal Alessandro Molon (PSB), um dos nomes mais atuantes na oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional. A entrevista foi conduzida pelo apresentador Amadeu Campos; e os jornalistas Raniely Veloso, Arimateia Carvalho e Germana Chaves.  Na ocasião, o parlamentar foi sabatinado sobre a Troca no Ministério da Saúde e a crise política no Brasil, indicando que a saída de Nelson Teich deixa o 'Brasil de joelhos para o coronavírus', desgastando ainda mais a popularidade do Governo junto à população, e também piora a percepção da gestão na Câmara e no Senado.

“Vejo com muita preocupação esse momento que o Brasil vive, é o segundo ministro que sai em dois meses, deixando o Brasil de joelhos para o coronavírus. Teich sai também indignado com o comportamento do presidente, o reflexo político é que no Congresso os parlamentares se dão cada vez mais conta que o presidente não consegue governar o país, caiu muito mal a saída”, elencou.

Questionado por Amadeu Campos sobre a dificuldade da oposição em buscar uma unificação, Molon sinalizou que no campo de enfrentamento às ações do presidente os partidos vem conseguindo atuar em conjunta; o problema surge apenas no campo das  eleições, principalmente quando se mira em 2022.

“Em primeiro lugar não é verdade que a oposição não está unida, temos conseguido trabalhar juntos, conseguimos por exemplo, apresentar uma PEC da Reforma Tributária, infelizmente as eleições de 2022 ainda dividem a oposição, mas vamos fazer o possível para a unificação, mas no Congresso temos conseguido atuar de forma unitária e aos poucos vamos atraindo partidos do Centro em iniciativas contra ações do Bolsonaro; vou citar um exemplo o partido Cidadania pediu para participar de um ato pela primeira vez”, disse.

No que se refere a abertura de um processo de impeachment de Bolsonaro, Molon ao responder um questionamento feito pelo jornalista Arimateia Carvalho, sinalizou que a opinião pública decidirá se o impedimento será viável ou não.

“Na minha opinião, a situação para o presidente da República pouco a pouco vai se complicando, na opinião pública também. É verdade que ele fez gestos para o Centrão, alguns estão cedendo, mas esse compromisso tem limite, o Congresso pode até demorar a ouvir a opinião pública, mas se o movimento contra ele continuar, o Congresso não poderá deixar de ouvir. É difícil fazer qualquer posição, mas não acho isso impossível caso a população se convença”, comentou.  

Ainda durante o ‘Jogo Aberto MN’, da Rede Meio Norte, o deputado Alessandro Molon comentou a ação de sua autoria que elenca 11 crimes de responsabilidade do presidente da República. O tema foi levado à  tona pela jornalista Raniely Veloso. “Ele de fato cometeu crimes de diversos tipos, como por exemplo de obstrução de justiça; ele comete o  crime de atentar contra o livre funcionamento da Justiça e do Congresso, mas dentre os 11 crimes também pontuamos aqueles contra a saúde pública. Tem muita coisa esquisita em torno dos exames, mas de qualquer maneira o fato de estimular as aglomerações isso em si é um crime de responsabilidade, e também pedimos o impeachment dele. Me parece que o gesto de aproximação dele com o Maia, denota mais um gesto de fraqueza da aproximação do Centrão, parece-me que ele se viu obrigado a fazer essa aproximação por conta de sua base ter feito um movimento de proximidade ao presidente. É preciso aguardar, pois a política é como as nuvens no céu, mudam a cada semana”, disse.

Por sua vez, ao responder questionamento da jornalista Germana Chaves sobre a  complacência do Congresso com o presidente da República, Molon  assumiu que considera um grave erro o modo como a Câmara e o Senado vem agindo, reverberando que algumas atitudes já poderiam ser tomadas.

“Na minha avaliação sim, isso continua acontecendo, o presidente continua fazendo coisas que se há uns três anos alguém contasse ninguém imaginaria. A frase que ele usou na campanha não é verdadeira, é a família acima de tudo e ele próprio se sente um Deus, e eu acho que o Congresso erra em não agir”, afirmou.

Molon assumiu que ainda não há os votos necessários para afastar o presidente da República, mas não é um movimento impossível. “A queda na popularidade dele é algo que eu creio que vai se acentuando e o Congresso vai reagir. Hoje não há votos para afastá-los, mas eu creio que podemos chegar nisso se ele continuar cometendo as insanidades. É preciso que em 2022 haja uma alternativa de oposição que não seja do PT e por outro lado precisa também ter a capacidade de costurar uma unidade com as diversas forças deste campo”, destacou.

No que se refere às eleições deste ano, o deputado federal defendeu que elas sejam adiadas para dezembro. “Se for necessário, as eleições devem ser adiadas este ano ainda para evitar a prorrogação de mandato, a não ser que seja é último caso e a pandemia se agrave até o final do ano”, apontou.

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