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Moção repudia vereadora que disse que morte do papa é ‘limpeza espiritual’

Líder da bancada do PT na Câmara Municipal protocola moção de solidariedade aos católicos após declarações que classificou como intolerância religiosa

Papa Francisco | Foto: Alberto Pizzoli/AFP
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A morte do papa Francisco na última segunda-feira (21) desencadeou uma onda de condolências globais, mas também provocou reações controversas em Porto Alegre. A vereadora Mariana Lescano (PP) causou indignação ao se referir ao falecimento do pontífice como uma "limpeza espiritual" e ao curtir comentários ofensivos publicados por seus seguidores nas redes sociais. As atitudes da parlamentar foram interpretadas como um ataque não apenas à figura do líder religioso, mas à comunidade católica como um todo.

Resposta política à intolerância

Em resposta às declarações, a vereadora Natasha Ferreira (PT), líder da bancada petista na Câmara Municipal, protocolou nesta terça-feira (22) uma moção de solidariedade dirigida aos católicos, fiéis e cristãos da capital gaúcha. Ferreira, que tem histórico de envolvimento com a Igreja Católica - tendo sido coroinha, catequista e participado de sacramentos como crisma e comunhão - classificou as palavras de Lescano como "completamente desrespeitosas".

Defesa do legado de Francisco

A parlamentar petista destacou a importância histórica do papa falecido, lembrando seu compromisso com causas progressistas dentro da Igreja. "Ele mostrou gestos de humanidade, combateu abusos sexuais, dialogou com a pauta LGBT e trouxe debates complexos para a agenda papal", afirmou Ferreira, ressaltando que Francisco foi "o mais cristão possível" entre os papas. A moção proposta busca não apenas repudiar as declarações da colega de legislativo, mas também reafirmar os laços históricos entre o PT e setores do catolicismo brasileiro.

Debate sobre intolerância religiosa

Natasha Ferreira enxerga nas falas de Mariana Lescano um reflexo do "fanatismo extremista" que, segundo ela, tem ganhado espaço na política. "Quando se refere à morte do papa como 'limpeza', isso vai além de uma opinião - é depreciativo e intolerante", argumentou a petista, defendendo que tais posicionamentos não podem passar sem resposta. O episódio reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e discurso de ódio, especialmente quando envolvem símbolos religiosos de grande significado para milhões de fiéis.

Repercussão e próximos passos

A moção de solidariedade deve ser votada nos próximos dias, colocando em evidência as divergências ideológicas na Câmara de Porto Alegre. Enquanto setores conservadores minimizam a polêmica, grupos ligados aos direitos humanos e à liberdade religiosa apoiam a iniciativa do PT. O caso ilustra como a morte do pontífice - figura que transcendeu o âmbito religioso para se tornar um ícone global - continua a gerar reações polarizadas no Brasil, mesmo após seu falecimento.

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