Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão acompanhar de perto o ato que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promove neste domingo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Diferentemente do evento realizado na Avenida Paulista em fevereiro, a expectativa é de que Bolsonaro não foque em ataques à Corte ou em ressaltar os episódios de 8 de janeiro de 2023.
Porém, é esperado que Bolsonaro reitere a mensagem de que o País "está próximo de se tornar uma ditadura" e convide os "brasileiros de bem" a se manifestarem em defesa da democracia. O ex-presidente pediu aos seus seguidores que evitem levar faixas ou cartazes com ataques aos ministros do Supremo.
ORGANIZAÇÃO E MENSAGEM DO EX-PRESIDENTE: O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, divulgou no X (antigo Twitter) um vídeo de Bolsonaro. No vídeo, o ex-presidente afirma que o ato será pacífico e em defesa da democracia, enfatizando a ausência de cartazes e faixas ofensivas. Bolsonaro destacou que o evento servirá para mostrar ao mundo e ao Brasil a importância do Estado democrático de direito.
Desde seu governo, a orla de Copacabana se tornou território bolsonarista, palco de muitos eventos públicos de Bolsonaro. Ele até tentou transferir o desfile militar de 7 de setembro para a praia, mas a ideia não se concretizou.
TENSÃO ENTRE ELON MUSK E MINISTRO MORAES: Bolsonaro deve tocar nas críticas do empresário Elon Musk ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Musk acusou Moraes de censurar publicações e sugeriu seu impeachment. Ele também afirmou que em breve publicará ordens judiciais de Moraes que violariam as leis brasileiras, segundo ele.
Musk divulgou um relatório produzido por uma comissão parlamentar nos Estados Unidos sobre "o ataque à liberdade de expressão" no Brasil. O relatório foi criado pelo republicano Jim Jordan, próximo ao ex-presidente Donald Trump.
REPERCUSSÃO E POSICIONAMENTO DO STF: Em nota, a assessoria de imprensa do STF afirmou que os documentos no relatório não representam decisões fundamentadas que determinaram a remoção de conteúdos ou perfis. São, na verdade, ofícios enviados às plataformas para cumprir as decisões.
Bolsonaro deve usar o tema e o conflito entre Musk e Moraes para animar seus apoiadores, questionando a postura de Moraes e sua defesa pela retirada de publicações que considera inapropriadas.
PRESENÇA DE CLÁUDIO CASTRO: O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou sua presença no ato de Bolsonaro em Copacabana. Ele disse que pretende aproveitar o evento para criticar a ação da Procuradoria Regional Eleitoral, que busca cassar seu mandato.
Os processos contra Castro e 12 aliados estão na fase final de tramitação no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). A Procuradoria o acusa de abuso de poder político e econômico em sua campanha de reeleição ao governo do estado em 2022.