O ministro Luiz Fux votou nesta quarta-feira (10) pelo reconhecimento da legalidade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Para o ministro, Cid deve ter benefícios como contrapartida às informações que prestou nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A delação de Mauro Cid foi alvo de questionamentos das defesas dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista, composto por Jair Bolsonaro e sete aliados.
A colaboração foi fechada com a Polícia Federal, e não com o Ministério Público Federal, o que é mais comum.
Além disso, os advogados das defesas afirmam, com base em áudios revelados pela imprensa, que Mauro Cid teria sido pressionado nos depoimentos prestados, o que já foi negado pelo próprio tenente-coronel e por seus advogados.
CONTRIBUIU PARA AS INVESTIGAÇÕES
A delação de Mauro Cid contribuiu para as investigações sobre a trama golpista. Entretanto, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a condenação dos oito réus, não se baseou somente nas declarações do colaborador.
Os investigadores encontraram áudios, vídeos, gravações, documentos, minutas de golpe de Estado, anotações dos réus, entre outras provas.