Sem dizer a data nem detalhes, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou na manhã desta quinta-feira que o ministro Joaquim Barbosa, 59 anos, deixará o comando do Supremo Tribunal Federal (STF) e que vai se aposentar no próximo mês.
A declaração foi feita após um encontro dos chefes dos dois Poderes no gabinete de Renan. Segundo o senador, Barbosa solicitou o encontro para se despedir. "Motivo surpreendente e triste, o ministro veio se despedir, ele estará deixando o Supremo Tribunal Federal", disse.
"Foi uma conversa surpreendente, e nós sentimos muito porque ele é uma das melhores referências do Brasil. Ficamos tristes porque sempre tivemos um relacionamento muito bom como representante dos Poderes, e sempre o tivemos como uma das nossas melhores referências.", finalizou.
A assessoria de imprensa do STF afirmou não ter sido informada da decisão de Barbosa.
À frente da presidência da Suprema Corte desde novembro de 2012, Barbosa, primeiro negro a ocupar o cargo de ministro do STF, chegou ao tribunal em 2003, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A posse dele como presidente coincidiu com o momento em que o ministro está em evidência na mídia por conta do julgamento do mensalão, do qual é relator.
O julgamento, que resultou na condenação de figurões petistas, elevou Barbosa à categoria de celebridade nacional a ponto de haver uma campanha nas redes sociais para que saísse candidato à Presidência da República em 2014.
Adorado pela opinião pública como exemplo ético e de alguém que subiu na vida, Barbosa, mineiro de Paracatu, filho de um pedreiro e de uma dona de casa, foi o 55º presidente do Supremo.
Biografia
Barbosa estudou direito na UnB (Universidade de Brasília) e possui mestrado e doutorado pela Universidade de Paris. É professor licenciado da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). É fluente em francês, alemão, inglês e italiano.
Antes do STF, integrou o Ministério Público Federal por 19 anos (1984-2003). Ocupou ainda diversos cargos no serviço público: foi chefe da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde (1985-88), advogado do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) (1979-84), oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia.