A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) afirmou na manhã de hoje, em sua conta no Twitter, que "boatos sobre fim do Bolsa Família devem ser da central de notícias da oposição". "[O boato] revela posição ou desejo de quem nunca valorizou a política."
Na mensagem, a ministra não dá nenhum tipo de detalhe do motivo pelo qual aponta a oposição como culpada pelos rumores que levaram tumultos e confusões a agências bancárias e lotéricas no fim de semana.
A Polícia Federal investiga o caso e, até agora, não divulgou nenhum indício sobre quem e como espalhou o boato de que o Bolsa Família seria suspenso.
Em entrevistas, outros dois ministros, José Eduardo Cardozo (Justiça) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social), vieram à público para negar o boato, que atingiu cidades no Norte, Nordeste e no Rio, criando caos em agências da Caixa Econômica Federal.
Cardozo, porém, afirmou todas as possibilidades estão sendo consideradas, inclusive a de motivação política. "Ao que parece, não foi mero acaso, e nenhuma hipótese pode ser descartada", disse o ministro.
O Bolsa Família, que contempla 13,8 milhões de famílias e completa dez anos em outubro, é o principal programa de transferência direta de renda do governo. Ele tem forte peso político-eleitoral, tendo virado um dos símbolos das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Além dos boatos sobre o fim do benefício, outros foram difundidos, como o de que o governo federal teria concedido um bônus relativo ao Dia das Mães.
A ministra do Desenvolvimento Social assegurou ontem a continuidade do programa. Segundo ela, a verba prevista para o Bolsa Família este ano é de R$ 24 bilhões.
"Não adianta antecipar se houve motivação política no caso. Já está tudo sendo investigado. Esperamos que tenha sido somente um mal-entendido com dimensões muito acima do esperado. Duvido que alguém ache que pode ganhar alguma coisa difundindo esse tipo de informação", disse ontem.
A notícia sobre o suposto fim do programa levou grande quantidade de pessoas a procurar as agências para sacar o dinheiro do programa.
Nesta segunda-feira, dezenas de pessoas lotaram a agência da Caixa Econômica de Queimados, na Baixada Fluminense. Por volta das 10h, depois que a agência abriu, ao menos oito policiais militares precisavam controlar a multidão que se aglomerava na porta da unidade.