Militares dizem que Comissão da Verdade precisa “ouvir outro lado”

Os principais documentos citados por Fonteles já são conhecidos de reportagens jornalísticas, livros e trabalhos acadêmicos

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Representantes dos clubes Militar e Naval, de militares da reserva do Exército e da Marinha, afirmaram ontem que falta à Comissão da Verdade "ouvir o outro lado" sobre as acusações de crimes contra os direitos humanos na ditadura militar (1964-1985).

Os principais documentos citados por Fonteles já são conhecidos de reportagens jornalísticas, livros e trabalhos acadêmicos. Mas os textos de Fonteles antecipam pontos de vista que poderão constar do trabalho final da comissão, previsto para 2014.

Fonteles apontou envolvimento de 11 agentes da repressão na morte sob tortura de cinco militantes da esquerda. Pelo menos três estão mortos --dois generais e o delegado Sérgio Fleury.

"A comissão precisa ter fatos de um lado e de outro para ter uma verdade completa, não uma meia verdade. O que parece que nós vamos ter é uma apuração de um lado só", disse o almirante Ricardo Antônio da Veiga Cabral, presidente do Clube Naval.

"Só ouço falar de militares que estão arrolados e nenhum dos que fizeram atos de terrorismo na época."

O primeiro-vice-presidente do Clube Militar, general Sérgio Costa de Castro, disse que os estudos da comissão têm que ser "mais profundos" do que os primeiros textos de Fonteles e também apontou a falta do "outro lado" dos militares. Mas ele considerou os textos "apenas uma opinião" pessoal de Fontes.

Citada em outro texto de Fonteles como tendo criado um grupo que procurou fornecer armas para o golpe de 1964, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo disse ontem, em nota: "É importante lembrar que a atuação da Fiesp tem se pautado pela defesa da democracia e do Estado de Direito, e pelo desenvolvimento do Brasil. Eventos do passado que contrariem esses princípios podem e devem ser apurados".



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