O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta sexta-feira (22/08) para depor à Polícia Federal (PF) sobre a coação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal da trama golpista e a tentativa de fuga para a Argentina. A oitiva foi estabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes, após a PF entregar o relatório que indiciou o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro.
O ministro também determinou 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o indiciamento. Moraes destacou, no despacho, que o ex-presidente precisa esclarecer o descumprimento de medidas cautelares; a reiteração de condutas ilícitas e o risco de fuga.
Asilo político na Argentina
Segundo a PF, o ex-presidente guardava no celular um pedido de asilo político direcionado ao presidente da Argentina, Javier Milei, alegando perseguição no Brasil. O texto de pedido de asilo encontrado pela autoridade apresenta, no entanto, um erro no nome do presidente argentino. Em vez do seu nome completo Javier Gerardo Milei, ele escreve 'Miliei'.
O arquivo teria sido elaborado pela nora do ex-presidente e esposa do senador Flávio Bolsonaro, Fernanda Bolsonaro. A última modificação no texto, segundo os peritos, ocorreu em 12 de fevereiro de 2024. Nesse mesmo período, Bolsonaro se hospedou por duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília.
A ida à embaixada aconteceu quatro dias após a PF apreender o passaporte do ex-presidente na operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado. Os investigadores apontam que o material mostra que Bolsonaro articulava possíveis formas de fuga do país para evitar uma prisão.