Milei enfrenta 1ª paralisação geral na Argentina; companhias aéreas cancelam voos

Ato foi convocado pela maior central sindical do país e tem adesão de funcionários de bancos, comércio, setor bancário e caminhoneiros

Milei enfrenta 1ª paralisação geral na Argentina; companhias aéreas cancelam voos | Reprodução
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Nesta quarta-feira (24), o recém-empossado presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta a primeira paralisação geral desde sua posse em dezembro. Sob o lema "o país não está à venda", a paralisação foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país, com início ao meio-dia (horário de Brasília) e duração prevista de 12 horas. A Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA), a segunda maior central sindical, assim como setores do peronismo, também aderiram à mobilização. 

Os trabalhadores do setor de transporte aéreo anunciaram sua participação no movimento, resultando no cancelamento de voos programados, incluindo 33 voos das companhias Gol e Latam. Esta situação está impactando tanto turistas brasileiros quanto argentinos. Além disso, os bancos não estarão em funcionamento. Serviços de ônibus, trens e metrô devem operar até as 19h e, em seguida, serão interrompidos até a meia-noite, permitindo que as pessoas cheguem às manifestações programadas. Caminhoneiros também aderiram à paralisação.

A mobilização tem como objetivo protestar contra o "decretaço", uma Medida Provisória que introduz diversas alterações na economia, nas leis trabalhistas e em outros setores. Além disso, os manifestantes se opõem à chamada lei omnibus, um projeto de lei que concede "superpoderes" ao presidente Milei e propõe a privatização de empresas estatais, entre outras medidas. Ambas as propostas requerem aprovação do Congresso, embora o "decretaço", por ser uma Medida Provisória, já esteja em vigor.

É importante destacar que ao menos uma das manifestações planeja concentrar-se em frente ao Congresso, buscando pressionar os deputados e senadores a não aprovarem as leis em questão. Apesar dos planos iniciais do governo Milei, houve concessões em alguns pontos para obter a aprovação da lei omnibus.

Esta é a primeira vez desde 2019 que a Confederação Geral do Trabalho (CGT) organiza uma paralisação geral. A última ocorreu durante o governo de Mauricio Macri, de orientação política de direita. Vale ressaltar que a CGT não havia convocado paralisações durante o governo de Alberto Fernández, caracterizado por uma abordagem política de esquerda. 

Manuel Adorni, porta-voz do governo de Milei, declarou que a população argentina é contrária à paralisação e expressou incerteza quanto às motivações dos grevistas. Segundo Adorni, a CGT está posicionada "do lado errado da história", argumentando que nos últimos anos os trabalhadores perderam liberdade.

O governo anunciou sua intenção de descontar o pagamento dos funcionários públicos que participarem da manifestação, embora essa medida não seja aplicada uniformemente em todos os locais. Na província de Buenos Aires, governada pelo político de esquerda Axel Kicillof, os trabalhadores do Estado que aderirem à paralisação não sofrerão descontos. Kicillof afirmou que respeitará o direito de greve.

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