O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou em entrevista ao UOL que o impeachment de Dilma Rousseff não se deu por um golpe e sim por conta do mau relacionamento que ela mantinha com parlamentares e a sociedade.
“Não acho que houve golpe. Eu quero dizer que a ex-presidente é honesta. Eu sei, e pude acompanhar, que não há nada que possa apodá-la de corrupta. Ela é honestíssima. Mas houve problemas políticos”, acrescentou.
“Ela teve dificuldades teve no relacionamento com a sociedade e com o Congresso Nacional. Esse conjunto de fatores levou multidões às ruas.”
Questionado sobre um eventual impeachment de Jair Bolsonaro, Temer crê que o processo só seria possível com o apoio da população. Ele ainda considerou ser “natural” que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) tente blindar Bolsonaro das ofensivas da oposição. “No entanto, ele deveria logo examinar esses pedidos. Ou processá-los, ou indeferi-los”, diz.
Temer recebeu nesta terça-feira 19, 11 senadores do MDB que defendem que a sigla apoie Lula ainda em primeiro turno. Ele, no entanto, indica que só apoiará o petista em um eventual segundo turno.
“Isso, eu vou decidir na hora certa. O ex-presidente Lula fala em todo momento em ‘golpe’, que a reforma trabalhista foi coisa de escravocrata, que o teto de gastos prejudicou o país. Então, como eu vou dizer que eu vou apoiar alguém que quer destruir um legado positivo para o nosso país?”