O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) negou na quinta-feira (23) pedido de soltura para o ex-governador Anthony Garotinho (PR), preso no dia anterior, junto com a mulher, Rosinha Garotinho (PR), sob suspeita de de corrupção e financiamento ilegal de campanha.
A decisão foi tomada em caráter monocrático pela desembargadora Cristina Feijó e ainda será analisada pelo pleno do tribunal. A defesa do político afirmou que vai recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) antes mesmo do julgamento definitivo.
O Ministério Público do Estado do RJ e a Polícia Federal apuram se o casal Garotinho participou de um esquema de cobrança de propina, além dos crimes de concussão (quando o agente público pratica extorsão), participação em organização criminosa e falsidade em prestação de contas eleitorais.
Garotinho e Rosinha estão presos na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte carioca, o mesmo presídio onde estão o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o presidente licenciado da Alerj (Assembleia Legislativa do RJ), Jorge Picciani (PMDB) e outros políticos acusados e/ou investigados pela Operação Lava Jato.
A defesa de Garotinho afirmou que o ex-governador tem evitado as duas horas de banho de sol as quais teria direito para não encontrar seus rivais políticos na cadeia de Benfica.
"Eu perguntei se ele encontrou algum preso da Lava Jato, ele falou que não, mas que ele teme pela segurança dele por estar sozinho em um corredor e em uma cela, sozinho. Parece que é um corredor intermediário, e o próximo corredor seria o dos presos da Lava Jato", declarou o advogado do casal, Carlos Azeredo.
"Ele está com medo, né? Na presença de todas essas pessoas que ele denunciou, ele corre sério risco de vida", completou.
Na quarta, após a prisão do político, a defesa dele enviou uma nota na qual acusa Picciani de ter declarado a Cabral, em uma suposta reunião dentro da penitenciária, que daria um "tiro na cara de Garotinho". Também em nota, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) informou apenas que "garante a integridade física dos internos do sistema penitenciário fluminense".