Na manhã desta segunda-feira (28), por volta das 10h, o tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente ocupou o cargo de ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para prestar um novo depoimento sobre as atividades do hacker Walter Delgatti Neto, suspeito de ter invadido sistemas judiciais.
Cid já havia iniciado o seu depoimento na sexta-feira passada (25). Naquela ocasião, ele permaneceu nas instalações da PF por aproximadamente seis horas, mas seu testemunho propriamente dito teve duração de cerca de duas horas. De acordo com Cezar Bitencourt, advogado do militar, o depoimento enfrentou atrasos devido a problemas técnicos.
Em virtude desses contratempos, uma nova sessão com os investigadores foi agendada para esta segunda-feira. Cid está sob custódia por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude relacionado aos cartões de vacinação de familiares do ex-presidente.
Enquanto isso, Delgatti Neto, conhecido como o "hacker da Vaza Jato" por ter vazado mensagens de diversas autoridades ligadas à operação Lava Jato, permanece detido desde o dia 2 de agosto por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O propósito dessas ações era lançar dúvidas sobre a integridade do sistema judiciário e do processo eleitoral no Brasil. O próprio hacker alega ter sido contratado para tal fim pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP).
Em um depoimento à PF, Delgatti afirmou que Bolsonaro teria feito questionamentos a respeito da possibilidade de invasão às urnas eletrônicas durante um encontro ocorrido em agosto de 2022, nas dependências do Palácio da Alvorada.
No período em que serviu como ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid acompanhou o ex-presidente em suas atividades e também era responsável por gerenciar sua agenda.
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