Marcha das Margaridas 2015: 'Viemos pedir a cabeça do Cunha'

As Margaridas foram recebidas pela presidente Dilma

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A Marcha das Margaridas, que reúniu cerca de 30 mil pessoas em Brasília na manhã de ontem, segundo estimativa da Polícia Militar, chegou à Esplanada dos Ministérios e ao Congresso aos gritos de "Fora, Cunha!".

Organizada pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), a marcha é composta principalmente de mulheres agricultoras de vários Estados do país. Há também estudantes universitárias, sindicalistas e grupos feministas. O público vindo de outros Estados ficou alojado no estádio Mané Garrincha, de onde partiu no início da manhã.

Por volta das 10h, o ato começou a circundar o Congresso, com a orientação de "virar as costas" para o Parlamento, sob palavras de ordem contra a regulamentação e a ampliação das terceirizações -projeto recentemente aprovado pelos deputados-, críticas à redução da maioridade penal e às discussões sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

"Marcha, mulher, marcha / molha os pés mas não faz a unha / viemos de todo o Brasil / pedir a cabeça do Cunha", cantava uma manifestante do alto do carro de som. Presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) declarou guerra ao governo e vem impondo à presidente várias derrotas na Casa.

Na rua, faixas contra a violência doméstica, de "Não ao racismo" e de "Golpe não". O ato, que recebeu patrocínio de R$ 855 mil de empresas estatais como a Caixa e o BNDES, serviu como uma espécie de desagravo em favor da presidente.

Ao longo da Esplanada dos Ministérios, vários grupos de servidores públicos, como os do SUS, empunhavam faixas de apoio à marcha. Nesta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) apresentou ao Planalto uma agenda com medidas para ajudar o governo a enfrentar a crise -entre elas, instituir cobranças no SUS de acordo com a faixa de renda.

Por volta das 11h30, um grupo de representantes das Margaridas foi recebido no Senado para uma sessão solene com deputados e senadores. No plenário, Carmen Foro, da Contag, fez críticas à "contrarreforma política" aprovada recentemente na Câmara, ao projeto de lei que prevê mudar o marco regulatório da exploração do pré-sal, que tramita no Senado, e ao ajuste fiscal - que ela atribuiu ao Congresso, e não ao Executivo.

Às 15h, as Margaridas foram recebidas pela presidente Dilma no Palácio do Planalto.

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