Às vésperas da diplomação dos candidatos eleitos neste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda precisa julgar processos de políticos considerados "fichas sujas" pelos tribunais regionais. Até esta terça-feira (14), aproximadamente um terço dos candidatos barrados pela nova lei conseguiram reverter a decisão no TSE.
Depois de carimbados como "fichas sujas", 200 candidatos, segundo estimativa parcial do TSE, recorreram para obter a diplomação e seus mandatos.
O último a se beneficiar de uma decisão daquele tribunal foi Márcio Roberto da Silva (PMDB), que disputou uma vaga de deputado estadual pela Paraíba.
O TRE do Estado havia indeferido o registro da candidatura, porque Silva teve suas contas rejeitadas pelo TC-PB (Tribunal de Contas da Paraíba) quando era prefeito do município de São Bento (PB). O ministro Marco Aurélio Mello, porém, concordou com o argumento da defesa de que a competência para julgar as contas dos gestores públicos é da Câmara Municipal. Como apenas o Tribunal de Contas rejeitou as contas, não seria possível barrar sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa.
O TSE já reverteu decisões contrárias às candidaturas à Câmara de Beto Mansur (PP-SP), Augusto Maia (PTB-PE), Manoel Salviano (PSDB-CE), Silas Brasileiro (PMDB-MG) e Eugênio Rabelo (PP-CE), entre outros. Por outro lado, a Corte tem exigido o cumprimento da lei mesmo quando as cortes eleitorais nos estados aliviam para o político.