O julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que pode resultar na cassação do mandato do senador Sergio Moro (União), foi novamente interrompido na última quarta-feira (3), após um pedido de vista da desembargadora Cláudia Cristofani. Com o placar empatado até o momento, o relator Luciano Carrasco Falavinha se manifestou pela absolvição de Moro, enquanto o desembargador José Rodrigo Sade votou pela condenação, agendando-se a próxima sessão para segunda-feira (8).
As acusações contra Moro incluem abuso de poder econômico, uso de caixa dois e utilização indevida de meios de comunicação durante a pré-campanha de 2022. No entanto, desde o início, a atenção tem se voltado para o voto de Cristofani, especialmente após a revelação de uma foto em que ela aparece ao lado de Moro, despertando questionamentos sobre sua imparcialidade.
A desembargadora, que tomou posse em 2013 e exerceu a relatoria de processos da Lava Jato, negou amizade com Moro, afirmando que a foto foi registrada durante uma reunião entre colegas de magistratura nos anos 90. O impacto da imagem é tal que partidos envolvidos no processo descartaram pedir a suspeição de Cristofani, temendo a possível convocação de um desembargador próximo a Moro como substituto.
Em resposta às especulações, Cristofani reiterou sua posição, destacando decisões contrárias aos interesses de Moro ao longo de sua carreira e ressaltando a idade da fotografia como evidência de sua imparcialidade. A controvérsia em torno da imagem promete prolongar a tensão no julgamento e levanta questões sobre a independência do judiciário no caso.
“A fotografia de um grupo de sete juízes federais foi tirada há mais de 30 anos – se foram até a longínqua década de 90 para pinçar uma foto em que aparecem juntos colegas que trabalharam por anos no mesmo prédio, a ausência de material recente na era digital mais revela que não são amigos pessoais do que o oposto”, escreveu Cristofani.
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