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Lula viaja ao Xingu para condecorar Cacique Raoni com medalha de mérito nacional

Presidente cumpre agenda com líder indígena após encontro frustrado em 2023; pauta inclui direitos dos povos originários e preservação ambiental

Lula e o Cacique Raoni | Foto: Evaristo Sá/AFP
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Nesta sexta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na terra indígena Capoto-Jarina, no Parque Nacional do Xingu (MT), para um encontro histórico com o Cacique Raoni Metuktire, de 93 anos. Durante a visita, o líder kayapó receberá a medalha Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, maior honraria civil do Brasil, em reconhecimento a décadas de luta pelos direitos indígenas e pela preservação da Amazônia.

A agenda marca a concretização de uma demanda antiga: em outubro de 2023, Raoni foi ao Palácio do Planalto sem aviso prévio, mas não conseguiu ser recebido. Desta vez, além da condecoração, o diálogo abordará políticas ambientais e a proteção de territórios tradicionais – temas urgentes diante de pressões como garimpo ilegal e desmatamento.

O legado de Raoni

Ícone global da causa indígena, Raoni ganhou projeção internacional com o documentário "Raoni" (1978), indicado ao Oscar, e tornou-se símbolo da resistência contra a destruição da floresta. Sua trajetória inclui:

  • Subida da rampa presidencial com Lula na posse de 2023

  • Condecoração com a Legião de Honra francesa em 2023, entregue por Emmanuel Macron

  • Encontro recente com a atriz Angelina Jolie, que visitou o Xingu para discutir conservação ambiental

A viagem de Lula reforça seu compromisso com as populações originárias, após a retomada da Funai e a criação do Ministério dos Povos Indígenas. Para Raoni, a homenagem ocorre em um momento crítico: líderes kayapós denunciam o avanço de crimes ambientais em suas terras, mesmo em áreas protegidas.

Enquanto isso, o governo federal estuda medidas para intensificar a fiscalização no Xingu, onde o conflito entre garimpeiros e indígenas se agravou nos últimos anos. A medalha a Raoni simboliza não só reconhecimento, mas um chamado à ação – tanto nacional quanto internacional – pela soberania indígena e pela Amazônia viva.

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