Na noite de quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma reunião no Palácio da Alvorada com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Estiveram presentes no encontro os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes, juntamente com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
De acordo com membros da Corte, a reunião foi interpretada como um gesto do presidente em direção ao Supremo Tribunal Federal, ocorrendo após a aprovação, pelo Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões individuais dos ministros do tribunal.
O texto veta as chamadas decisões monocráticas que tenham o poder de suspender leis e atos dos presidentes da República, da Câmara e do Senado, contando com o respaldo de apoiadores do governo para progredir no Congresso.
O líder do governo no Senado, senador Jacques Wagner (PT), votou a favor da proposta e, na quinta-feira (23), compartilhou em uma rede social que seu apoio foi uma decisão pessoal, sem vínculo com o Palácio do Planalto.
Na conversa com os ministros, o presidente quis deixar claro que não há nenhuma tensão e nenhuma tentativa de interferir no Supremo.
O Planalto tem interesse que o STF avance em pautas econômicas, como o pedido para destravar o pagamento de estoque de precatórios, calculado em R$ 95 milhões por crédito extraordinário.