De acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou forte descontentamento com os 12 deputados petistas que votaram a favor da PEC da Blindagem, aprovada na noite de terça-feira (16) na Câmara. A proposta determina que processos criminais contra parlamentares só avancem com autorização da Câmara ou do Senado.
Clima no Planalto
Segundo relato de um ministro palaciano, “o presidente não quer ouvir falar dos 12 deputados que votaram a favor da PEC”. Integrantes do governo afirmam que Lula ainda avalia se aplicará algum tipo de punição aos parlamentares que contrariaram a orientação do partido.
Quem votou a favor
Os nomes que desafiaram a posição oficial foram: Paulo Guedes (MG), Odair Cunha (MG), Merlong Solano (PI), Leonardo Monteiro (MG), Kiko Celeguim (SP), Jilmar Tatto (SP), Florentino Neto (PI), Flávio Nogueira (PI), Dr. Francisco (PI), Dilvanda Faro (PA), Alfredinho (SP) e Airton Faleiro (PA).
A maioria justificou o apoio à PEC alegando que se tratava de uma estratégia política para garantir avanços em pautas do governo e, ao mesmo tempo, barrar a urgência da proposta de anistia que tramita na Câmara.
Lula critica blindagem
Na quarta-feira (17), em entrevista à BBC, Lula reafirmou sua posição contrária:
“Se eu fosse deputado, eu seria contra e votaria contra. Acho que a maior blindagem que as pessoas precisam é ter um comportamento sem cometer nenhum ilícito na vida. É desagradável ver pessoas tentando se blindar, inclusive colocando o presidente do partido. Ficou uma coisa muito esquisita para a sociedade brasileira compreender.”
Base dividida
Em conversas com aliados, o presidente explicou que a base governista foi liberada para votar por se tratar de um tema de competência exclusiva do Legislativo. Ainda assim, Lula fez questão de marcar posição contrária, classificando como um erro político o apoio dado por parte da bancada petista.