O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste domingo a reação do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
"interferência indevida"
Durante o encerramento da convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro, em Brasília, Lula classificou a iniciativa norte-americana como “interferência indevida” no Judiciário brasileiro. “Os Estados Unidos querem processar Alexandre de Moraes porque ele mandou prender um brasileiro que passa o dia atacando o País”, afirmou. Em outro trecho, o presidente questionou: “Por que eles julgam a Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles.”
A fala refere-se a um ofício enviado diretamente pelo Departamento de Justiça dos EUA ao Ministério da Justiça do Brasil, sem passar pela embaixada norte-americana. O documento, descrito pela pasta brasileira como “estritamente informativo”, critica decisões judiciais que levaram ao bloqueio de plataformas de redes sociais de origem norte-americana.
"novo normal"
Diplomatas brasileiros consideram a démarche incomum, mas analisam o episódio como reflexo de um “novo normal” da administração Trump em temas de política externa.
Na quarta-feira (28), o secretário de Estado Marco Rubio anunciou restrições de visto a autoridades estrangeiras “cúmplices de censura a americanos”. Sem citar nomes, mencionou haver “grande chance” de sanções contra Moraes. Horas depois, o consultor político Jason Miller marcou o ministro do STF na rede social X, insinuando que ele seria um dos alvos.
A convenção socialista também elegeu o prefeito do Recife, João Campos, como novo presidente nacional do PSB.