Durante a convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), realizada neste domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o palanque ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin para enviar três recados diretos: à sua própria base aliada, ao Congresso Nacional e ao Judiciário.
A fala de Lula sinaliza uma tentativa de reorganizar a articulação política do governo em meio a um cenário que já começa a ser influenciado pelas movimentações eleitorais de 2026.
Preocupação com a extrema-direita no Senado
O primeiro recado foi direcionado à base do governo. Lula verbalizou uma preocupação crescente com o avanço da extrema-direita no Senado, algo que já vinha sendo tratado nos bastidores. A menção recente ao nome de Fernando Haddad (PT) como possível candidato ao Senado por São Paulo reforça essa estratégia de ocupação de espaço político.
Aceno ao Congresso e tentativa de reconciliação
Ao falar sobre a recente polêmica envolvendo o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), Lula reconheceu erro na comunicação com o Congresso e fez um gesto de aproximação ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Comissão de Orçamento. O gesto foi interpretado como uma tentativa de estancar a crise gerada pelo desgaste com o Legislativo e reforçar pontes com aliados estratégicos.
Defesa de Alexandre de Moraes e autonomia da Justiça
O terceiro recado foi destinado ao Judiciário, mais especificamente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula saiu em defesa do magistrado, que vem sendo alvo de ataques de parlamentares norte-americanos ligados à extrema-direita. Ao afirmar que “a Justiça brasileira não precisa de tutelas externas”, Lula respondeu diretamente às críticas internacionais e reafirmou a soberania do sistema jurídico nacional.