A reunião bilateral que estava prevista para acontecer neste domingo (21), entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula dos líderes do G7, em Hiroshima, no Japão, não foi realizada por "incompatibilidade de agendas", segundo informou o governo brasileiro.
Segundo o governo brasileiro, a realização da reunião chegou a ser negociada e uma sala de reunião foi montada para o encontro. Ainda de acordo com o governo brasileiro, Lula chegou a oferecer mais de um horário, mas a equipe do presidente ucraniano não conseguiu encaixar a reunião na agenda de Zelensky. O encontro com o presidente brasileiro foi um pedido do próprio Zelensky, feito no início do sábado (noite de sexta-feira no Brasil).
Diante da "incompatibilidade de agendas", o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi questionado pela imprensa se ele ficou decepcionado pelo desencontro e respondeu minimizando a situação, em tom de ironia. "Acho que ele é que ficou desapontado", pontuou o presidente da Ucrânia sobre Lula.
Neste domingo, no Japão (noite de sábado, no Brasil), Lula esteve frente a frente com o líder ucraniano e condenou a violação da integração territorial do país, repudiando o "uso da força como meio de resolver disputas". O presidente brasileiro está se colocando como intermediador para o fim do conflito que já dura mais de um ano e aproveitou o encontro com diversos líderes mundiais na busca por apoio para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Apesar do desencontro com o presidente do Brasil, Zelensky se reuniu neste domingo (21) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Lula também iria se reunir com o presidente americano, no entanto, segundo o governo brasileiro, Biden queria uma reunião com os chefes de estado da Indonésia, Índia e Brasil, mas não foi possível coordenador as agendas.
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, esteve na Ucrânia no início de maio, onde participou de uma reunião com o presidente ucraniano, em Kiev. Na época, Zelensky escreveu, nas redes sociais, que disse a Amorim que o único plano de paz possível para terminar a guerra provocada pela invasão da Rússia ao seu país é o ucraniano e que discutiu a "possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina".
Lula no G7
Lula participa da reunião de cúpula do G7, as sete maiores potências mundiais, na condição de convidado, marcando o retorno do Brasil, após 14 anos. A última participação foi em 2009. A cúpula do G7 ainda reuniu os presidentes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, da Ucrânia, da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Banco Mundial, os primeiros-ministros da Itália, Ilhas Cook, Reino Unido e os diretores da OMC e AIE e o secretário-geral da OCDE.
Durante sua passagem pelo Japão, o presidente Lula participou de reuniões bilaterais com 11 autoridades internacionais: primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese; secretário-geral da Onu, António Guterres; presidente da de Comores, Azali Assoumani; presidente da França, Emmanuel Macron; primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida; presidente da Indonésia, Joko Widodo; primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau; diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva; primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; e o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh.