Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva declararam que o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi o responsável por solicitar a reunião com o chefe de Estado na noite da última quarta-feira (2).
Conforme fontes ligadas ao governo federal, Arthur Lira estabeleceu comunicação com um assessor de Lula, uma vez que o presidente não utiliza aparelho celular, e expressou seu desejo de dialogarem ainda naquela noite. Lula concordou com a proposta, resultando em um encontro que se estendeu por um período de três horas.
Por volta de 23h30, logo após o fim da reunião, Lira avisou a interlocutores que tinha novidades. Segundo informações de fontes do governo, a programação inicial indicava que a reunião entre Lula e Lira ocorreria na terça-feira (1º), contudo, não se concretizou devido à desistência do presidente da Câmara em relação ao encontro. Em contrapartida, a equipe de assessoria de Lira mais uma vez refuta qualquer alegação de que o governo central tenha entrado em contato para agendar a referida conversa.
Igualmente na terça-feira, representantes tanto de Arthur Lira quanto do grupo político conhecido como Centrão começaram a expressar sua insatisfação diante da demora do Presidente Lula em avançar com a reestruturação ministerial. Em conversas privadas, alguns deputados revelaram que não haveria deliberações legislativas até que as mudanças nos ministérios fossem devidamente tratadas.
Lula e Lira conversaram no Alvorada sobre as trocas nos ministérios, mas o presidente só deve definir quais pastas serão trocadas e oferecidas ao Centrão depois do dia 15 de agosto. Isso porque Lula quer dialogar com os líderes dos partidos e com o presidente do Republicanos, o deputado Marcos Pereira (SP), que só retorna a Brasília no próximo dia 15.
O ministro do PP será o deputado André Fufuca, líder do PP na Câmara. Os Progressistas não abrem mão do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Pastas de grande porte que poderiam ser oferecidas como alternativa, como, por exemplo, o Ministério de Minas e Energia e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, não interessam ao partido. O PP, no entanto, topa uma desidratação do MDS, com a retirada do Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) do órgão.
A Caixa também deve ser entregue ao PP. A deputada Margarete Coelho (PI), ex-vice-governadora do Piauí, é o nome preferido do Planalto e também tem o respaldo de Lira.