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Lula e Janja irão ao funeral do papa Francisco em Roma, informa Planalto

Viagem ainda depende do protocolo do Vaticano; comitiva oficial será anunciada nesta terça-feira (22), segundo o governo. Lula decretou luto de sete dias no Brasil e exaltou legado humanitário do pontífice.

Lula e Janja irão ao funeral do papa Francisco em Roma, informa Planalto | Foto: Imagem: Divulgação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva irão ao funeral do papa Francisco em Roma, segundo informou o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (21).

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a comitiva completa será anunciada nesta terça-feira (22). A viagem ainda não tem data confirmada, pois depende do protocolo do Vaticano.

Lula e Janja já se encontraram com o pontífice em diversas ocasiões. Nas reuniões, trataram de temas como a guerra na Ucrânia, o combate à fome e as mudanças climáticas. Em fevereiro deste ano, inclusive, o casal participou de uma missa pela saúde do papa Francisco, realizada na capela do Palácio da Alvorada, quando o líder religioso estava internado para tratar uma pneumonia.

FALECIMENTO DO PONTÍFICE

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu aos 88 anos nesta segunda-feira, às 7h35 (horário do Vaticano), 2h35 no horário de Brasília. Ele ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por quase 12 anos e foi o 266º papa da história, eleito em 13 de março de 2013, durante o conclave que sucedeu à renúncia de Bento XVI.

Em homenagem ao líder religioso, Lula decretou luto oficial de sete dias em todo o Brasil. Às 10h, as bandeiras em frente ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal já estavam hasteadas a meio-mastro, símbolo tradicional de luto em prédios públicos.

O decreto publicado no Diário Oficial da União afirma:

"É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de sete dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento de Jorge Mario Bergoglio, Sua Santidade o Papa Francisco, a quem serão tributadas honras fúnebres de Chefe de Estado".

HOMENAGEM DO PRESIDENTE

Em vídeo divulgado à noite pela Presidência, Lula prestou homenagem emocionada ao papa:

"Francisco foi o papa do acolhimento e por isso acordamos hoje um pouco órfãos do seu afeto. Um afeto que era livre de preconceitos e julgamentos, em um mundo que sofre com a discriminação e a insegurança", afirmou.

Lula destacou ainda que o papa sempre defendeu os mais vulneráveis:

"Francisco foi o papa de todos, mas principalmente dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não têm voz, das vítimas do abandono e da fome."

O presidente também falou sobre o engajamento do papa com a paz, a justiça e o meio ambiente:

"Papa Francisco foi o papa da paz, do diálogo, da união e do amor a todas as formas de vida. Fez seguidos alertas sobre a crise climática e a ameaça à destruição do nosso planeta – obra-prima da criação divina. Condenou todas as guerras, que têm como vítimas preferenciais a população civil – sobretudo mulheres e crianças."

Na fala de despedida, Lula ressaltou a mensagem de esperança deixada pelo pontífice:

"Na sua bênção de despedida no domingo de Páscoa, pediu para voltarmos a ter esperança de que a paz é possível. Francisco foi o papa da esperança. Em sua despedida, renovou a crença nos seres humanos e previu um futuro melhor para a humanidade. Disse que o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira, o perdão venceu a vingança. Isso é o mundo que haveremos de construir inspirados no papa Francisco."

RELAÇÃO PRÓXIMA COM O VATICANO

A relação entre Lula e o papa Francisco foi marcada por encontros e afinidades temáticas. Em 2020, antes mesmo de Lula voltar à Presidência, os dois conversaram sobre fome, desigualdade social e intolerância.

Já em 2023, durante o terceiro mandato, Lula e Janja se encontraram com Francisco no Vaticano e novamente trataram de pautas globais, como a guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e segurança alimentar. No ano seguinte, durante a cúpula do G7 na Itália, o casal voltou a se reunir com o pontífice e expressou o desejo de convidá-lo para a COP 30, marcada para 2025 em Belém (PA).

A primeira-dama também esteve com Francisco em uma visita independente ao Vaticano, em fevereiro deste ano. Na ocasião, o papa perguntou sobre a saúde de Lula e demonstrou apoio à "Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza", uma iniciativa do governo brasileiro.

Pouco depois dessa visita, Janja publicou nas redes sociais que estava emocionada com o encontro e agradeceu pelas orações do papa pela recuperação de seu marido. Duas semanas depois, a missa pela saúde de Francisco foi celebrada por três padres jesuítas na capela do Alvorada e contou com a presença de Dom Raymundo Damasceno, cardeal e arcebispo emérito de Aparecida.

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