Lula diz que tem 80% do ministério na cabeça e anuncia após diplomação

Lula conversou com a imprensa no CCBB, onde está instalado o governo de transição.

Lula | Divulgação
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RENATO MACHADO, MARIANNA HOLANDA, MATEUS VARGAS E NATHALIA GARCIA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (2) que tem 80% do ministério "na cabeça", mas que só vai anunciar os nomes após ser diplomado, em cerimônia que está marcada para 12 de dezembro.

Presidente eleito concedeu entrevista nesta sexta-feira (2) 

"Tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir um ministério para mim, quero construir para forças políticas que me ajudaram", disse Lula à imprensa.

"Vou ser diplomado no dia 12. Depois que for diplomado, que for presidente da República reconhecido, aí vou começar a escolher meu ministério", declarou ainda.

Lula conversou com a imprensa no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), onde está instalado o governo de transição.

Ele confirmou que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) continuará no comando do PT e não será nomeada ministra.

"A base do meu ministério será a base dos [ministérios] que eu tinha no segundo mandato, com uma coisa acrescida, o ministério dos povos originários. Que ainda não sei se de cara será ministério ou uma secretaria especial ligada à Presidência", disse Lula.

Lula diz que tem 80% do ministério na cabeça, mas só anuncia nomes após diplomação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (2) que a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição, que libera investimentos fora do teto de gastos, não tem um valor mínimo e nem espaço para discutir orçamento secreto.

O petista afirmou ainda que o texto não é "PEC do Lula", mas sim "PEC do Bolsonaro", porque que está recompondo orçamento que Jair Bolsonaro (PL) deveria ter feito.

"Não tem valor mínimo. Se um dia você tiver que negociar, nunca ceda na sua proposta principal antes do início da negociação. Se eu agora já colocar o limite para menos, é o de menos que vai valer. Então se eu tiver que falar eu falo para mais", afirmou.

A declaração do presidente eleito foi dada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do gabinete de transição, e ocorre após uma série de encontros com parlamentares e os presidentes das duas Casas do Congresso, nesta semana.

De acordo com o presidente, a PEC trata de "necessidades básicas" do país e só isso.

"Dentro da PEC da transição, não há espaço para se discutir emendas. Eu fui deputado, sempre fui favorável a que deputado tenha emenda, mas é importante que ela não seja secreta. É importante que a emenda seja dentro da programação de necessidade do governo. E que essa emenda seja liberada dentro do interesse do governo. Não pode continuar da forma que está", afirmou a jornalistas.

A PEC foi protocolada na última segunda-feira (28) e prevê, entre outras medidas, que as despesas com o Bolsa Família sejam retiradas do teto de gastos. No total, a estimativa é que em torno de R$ 198 bilhões por ano fiquem fora do teto.

O valor, contudo, é considerado alto por parlamentares, que querem reduzi-lo.

A medida é considerada essencial pela equipe do governo eleito para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 no ano que vem.

Nesta semana, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), indicou que a PEC poderia ser alterada para autorizar gastos fora do teto já em 2022.

A possibilidade de uso desses recursos neste ano representaria um aceno ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma vez que destravaria as chamadas emendas de relator, usadas como moeda de troca nas negociações políticas do Congresso.

Dos R$ 15,4 bilhões bloqueados no Orçamento deste ano, metade são do orçamento secreto.

As primeiras versões da PEC de Transição já continham uma "brecha" que permitia que os recursos extraordinários fossem usados em 2022. No entanto, essa previsão foi retirada na versão final da proposta, que foi protocolada no fim da tarde de segunda-feira (28).

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