O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo nesta quinta-feira (24) aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que demonstrem sensibilidade em relação às vítimas e aos refugiados da guerra e comecem a buscar uma solução pacífica.
Lula fez essa declaração durante uma conversa com jornalistas após a reunião dos líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizada em Joanesburgo. Putin participou da reunião por meio de videoconferência, já que enfrenta um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
O ex-presidente enfatizou a importância de abordar a questão da paz global, independentemente de apoiar um país específico. Ele argumentou que é fundamental que tanto Putin quanto Zelensky considerem a busca pela paz, dado que o conflito na Ucrânia já perdura há mais de um ano. Lula ressaltou que é necessário que os presidentes se sensibilizem não apenas em relação a ele, mas principalmente em relação às pessoas que estão sofrendo e morrendo devido a esse conflito, bem como aos cerca de 8 milhões de refugiados que estão fora da Ucrânia, fugindo da guerra ou vivendo com medo dela.
Conforme relatado por uma matéria do jornal americano "New York Times," o número de vítimas fatais na guerra na Ucrânia atingiu aproximadamente 190 mil pessoas, de acordo com estimativas de oficiais das Forças Armadas dos Estados Unidos. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia não divulgaram números oficiais sobre as baixas.
Durante uma entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a condenação do Brasil à invasão do território ucraniano por tropas russas, que ocorreu há um ano e meio. Ele também enfatizou a disposição do Brasil em participar de esforços de negociação para encerrar o conflito.
Lula declarou: "Em qualquer fórum em que eu esteja presente, minha abordagem será a da busca pela paz, não da guerra."
O presidente brasileiro já havia abordado a questão da guerra em um de seus discursos durante a cúpula do Brics. Ele ressaltou a importância de não ficar indiferente às perdas humanas e à devastação e defendeu um cessar-fogo imediato.
No entanto, Lula evitou fazer críticas diretas à Rússia, o país responsável pela invasão e pelo conflito. Vladimir Putin, por sua vez, falou a partir de Moscou e acusou o Ocidente de provocar a guerra, defendendo o que chamou de "operação militar especial na Ucrânia."