O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (11) que disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o Brasil não quer ver guerra na América Latina. Os dois conversaram por telefone na semana passada.
Segundo Lula, ele explicou a Trump que a região é uma “zona de paz”. Durante um evento da Caravana Federativa, em Belo Horizonte (MG), o presidente relatou que ouviu do líder americano que “tem mais armas, mais navios e mais bombas”.
Lula contou que respondeu defendendo o diálogo. Disse acreditar mais “na força da palavra” do que no uso de armas e que é possível resolver conflitos com conversa e diplomacia.
Durante o discurso, Lula mencionou que a ligação teria ocorrido na quarta-feira (10), mas depois a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que houve um engano e que o presidente se referia à conversa realizada na semana anterior.
Ainda no evento, Lula declarou que Trump defende uma visão em que “o mais forte decide o que os outros devem fazer”. Para ele, a democracia mundial vive um momento difícil, com pouca liderança internacional e ameaças ao multilateralismo — sistema que, segundo Lula, ajudou a manter a paz desde a Segunda Guerra Mundial.
Crise na Venezuela
A situação na Venezuela continua sendo o principal ponto de tensão na América do Sul. Desde agosto, os Estados Unidos têm deslocado navios de guerra, caças e outras forças militares para o Caribe, sob justificativa de combater o narcotráfico. A ação tem sido vista como pressão sobre o governo de Nicolás Maduro.
Na semana passada, Lula conversou com Maduro sobre a necessidade de manter a paz na América do Sul e no Caribe, segundo o Palácio do Planalto.