Nesta segunda-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pretende convidar o presidente russo, Vladimir Putin, para a cúpula do G20 no Brasil em 2024. Lula destacou que a decisão de participar dos encontros ficará a critério de Putin.
Putin é alvo de um mandado de prisão expedido em março de 2022 pelo Tribunal Penal Internacional. A Rússia não é signatária do estatuto da Corte, mas o Brasil, sim. Por isso, o presidente russo poderia ser detido ao desembarcar em território brasileiro.
"Se o Putin vai ou não, ele vai ser convidado. Ele tem um processo, ele tem que aferir as consequências. Não sou eu que posso dizer", disse Lula ao ser questionado em um pronunciamento na Alemanha, onde cumpre agenda oficial.
"É uma decisão judicial. Um presidente da República não julga as decisões judiciais, ele cumpre ou não cumpre. O Putin está convidado para o G20 no Brasil, para os Brics no Brasil. E se ele comparecer, ele sabe o que vai acontecer, pode acontecer ou pode não acontecer", prosseguiu.
"Ele não faz parte desse tribunal [Penal Internacional]. Ele não é assinante desse tribunal, os Estados Unidos também não são. Como o Brasil é signatário, o Brasil tem responsabilidade", concluiu.
Embora Lula tenha mencionado os Brics em sua declaração, a reunião de cúpula do grupo em 2024 está programada para acontecer na Rússia, mais especificamente na cidade de Kazan. O Brasil inicialmente teria a intenção de sediar o encontro, mas isso não ocorrerá devido à coincidência de o país também assumir a presidência do G20 no mesmo ano.