O presidente Lula “devolveu a normalidade democrática ao Brasil após a montanha-russa do mandato de [Jair] Bolsonaro”, segundo o jornal espanhol El País. Em texto publicado nesta terça (2) com uma análise do primeiro ano do terceiro mandato do petista, o veículo diz que ele cumpre o que prometeu ao eleitorado e atua para “reconstruir o Brasil”.
“A democracia mais poderosa da América Latina foi transformada numa espécie de oásis de estabilidade diante do terremoto que o ultraliberal Javier Milei causou na Argentina”, diz o texto, escrito por Naiara Galarraga Gortázar, correspondente do El País no Brasil.
“O presidente brasileiro dedicou este ano a tornar realidade seu lema ‘Reconstruir o Brasil’ depois dos estragos causados à democracia, às instituições, ao equilíbrio entre os poderes e ao meio ambiente por seu antecessor. Parte de seus eleitores elegeu Lula justamente por isso: salvar a democracia dos ataques do bolsonarismo, mais do que por um apoio fechado às suas posições e propostas”, prossegue o El País.
O jornal também compara a atual gestão ao seu primeiro ano na presidência, em 2003, e diz que ele volta ao Palácio do Planalto “com mais duas décadas de experiência”. “Reformulou, atualizou e relançou os programas, cumprindo a promessa feita há duas décadas de incluir os pobres no orçamento”, avalia.
O texto ainda destaca o foco do governo em torno dos problemas socioeconômicos do país, a neutralização da tentativa de golpe durante o ataque terrorista de 8 de janeiro e a aprovação da reforma tributária. Para o El País, a condução da economia “tem sido o ponto brilhante de seu mandato” e lembra que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3% em 2023, quatro vezes mais do que o previsto quando assumiu o posto.
O jornal espanhol também elogia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo bom desempenho da economia brasileira e diz que a “principal conquista” do governo Lula é mudar o foco do debate político do país, deixando de lado tramas golpistas e conspirações.
“Sua principal conquista é que o debate político brasileiro volte a girar em torno dos grandes problemas socioeconômicos e das dificuldades de obter apoio suficiente para aprovar leis, e não em torno do humor nos quartéis [do Exército], da criminalização de adversários ou de teorias conspiratórias”, aponta o El País.