O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixa Belém (PA) neste sábado (8) e segue para Santa Marta, na Colômbia. No domingo (9), ele participará da quarta Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que deve reunir 33 países da América Latina e do Caribe e 27 nações da União Europeia. Um dos principais temas será a militarização do Caribe pelos Estados Unidos, questão que Lula afirmou ser essencial para a reunião.
Nos últimos meses, os EUA ampliaram sua presença militar na região, incluindo o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo. As forças americanas também realizaram ataques contra barcos suspeitos de transportar drogas, resultando em cerca de 70 mortos, embora o Pentágono tenha fornecido poucas informações sobre as operações.
O chefe do escritório de direitos humanos da ONU classificou a ofensiva dos EUA no Caribe e no Pacífico como inaceitável. Muitos dos ataques ocorreram perto da Venezuela, país que vive tensões crescentes com Washington. O presidente Nicolás Maduro é acusado pela Casa Branca de liderar um cartel, o que ele nega, afirmando que o objetivo dos EUA seria promover uma mudança de regime.
A situação se agravou após autorizações para missões da CIA dentro da Venezuela, elevando temores de ataques diretos ou até uma invasão. Em discurso público nesta semana, Maduro condenou o que chamou de “14 semanas de ameaças” dos Estados Unidos.
Discussão com União Europeia e retorno de Lula a Belém
Outro tema central da cúpula da Celac é a retomada do diálogo e das negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou estar "muito confiante" na assinatura do acordo ainda em dezembro deste ano.
Segundo a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), o presidente Lula deve retornar a Belém ainda no domingo, a tempo de comandar a abertura da COP30, no dia 10, na capital paraense.